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DeepSeek teria usado GPUs Nvidia contrabandeadas para treinar novo modelo, diz site

Investigação do site 'The Information' aponta uso clandestino de chips Blackwell apesar das restrições dos EUA à China

10 dez 2025 - 17h10
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Uma reportagem do The Information afirma que a startup chinesa de inteligência artificial DeepSeek utilizou chips avançados da Nvidia, cuja venda foi proibida na China, no desenvolvimento de seu próximo modelo de inteligência artificial. Segundo o site, milhares de GPUs Blackwell chegaram ao país por meio de um esquema internacional de contrabando envolvendo centros de dados falsos montados fora do território chinês.

Segundo fontes ouvidas pelo The Information, intermediários teriam montado data centers completos no Sudeste Asiático apenas como fachada. Esses espaços receberiam servidores equipados com as GPUs Blackwell, instalados e verificados por parceiros da Nvidia para garantir conformidade de exportação. Após a inspeção, toda a estrutura seria desmontada e enviada clandestinamente para a China, muitas vezes em malas, peça por peça.

O objetivo seria driblar as rígidas sanções impostas pelos Estados Unidos, que proíbem a venda de chips de última geração para empresas chinesas. A prática permitiria à DeepSeek treinar modelos de ponta usando GPUs de alto desempenho que não estão disponíveis legalmente no país.

Fontes citadas pela investigação afirmam ainda que os envolvidos no contrabando preferem servidores de oito GPUs, como os chassis HGX B200, por serem menores e mais fáceis de transportar discretamente do que racks maiores, como o NVL72. Não há confirmação pública de quantas unidades teriam sido movimentadas, mas a reportagem fala em "várias milhares".

A DeepSeek ganhou notoriedade global após afirmar que desenvolveu um modelo de linguagem competitivo a custos muito inferiores. Questionada pela agência de notícias Reuters, a empresa não respondeu. A companhia já havia sido associada anteriormente ao uso de GPUs da Nvidia desde 2021, antes da ampliação das restrições do governo americano.

Procurada pela Reuters, a Nvidia disse que "não viu qualquer comprovação nem recebeu denúncias" relacionadas ao tipo de operação descrita pelo The Information. Em nota, a empresa acrescentou: "Embora tal contrabando pareça improvável, investigamos qualquer pista que recebemos."

O suposto uso clandestino de chips Blackwell ocorre em um momento de mudanças na política de exportação dos EUA. Nesta semana, o governo Donald Trump autorizou a venda à China de uma versão anterior dos aceleradores da Nvidia, o H200, mas manteve a proibição sobre a família Blackwell, considerada estrategicamente sensível na disputa tecnológica entre Washington e Pequim.

Enquanto isso, o governo chinês pressiona empresas locais a reduzirem a dependência de hardware estrangeiro. A DeepSeek chegou a trabalhar com servidores Ascend, da Huawei, mas relatórios internos citados por veículos chineses afirmam que o desempenho não atendia às exigências do treinamento de seus modelos mais avançados. Assim, a empresa teria continuado a buscar alternativas para acessar GPUs Nvidia, mesmo sob risco de sanções.

O The Information destaca também que documentos recentes da DeepSeek mencionam planos de ampliar significativamente o poder computacional de pré-treinamento em futuras versões de seus modelos, justamente uma área em que as GPUs da Nvidia ainda mantêm vantagem tecnológica sobre concorrentes domésticos. Para analistas, isso ajuda a explicar a persistência da startup em buscar maneiras de acessar hardware avançado, apesar das restrições.

Estadão
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