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Engenheiros criam "pele eletrônica" para medir batimentos cardíacos

11 ago 2011 - 16h47
(atualizado às 18h45)
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Uma equipe de engenheiros projetou um circuito elétrico que, grudado na pele como se fosse uma tatuagem temporária, é capaz de medir o ritmo cardíaco e outros dados vitais, segundo publicou nesta quinta-feira a revista Science. O dispositivo criado por John Rogers, professor de engenharia na Universidade de Illinois, é colocado sobre uma camada de poliéster elástico transparente projetado para imitar as propriedades do movimento natural da pele.

Imagem do circuito elétrico que, grudado na pele como se fosse uma tatuagem temporária, é capaz de medir o ritmo cardíaco e outros dados vitais
Imagem do circuito elétrico que, grudado na pele como se fosse uma tatuagem temporária, é capaz de medir o ritmo cardíaco e outros dados vitais
Foto: AP

A bomba adere à pele por pura atração entre moléculas, sem necessidade de usar gel ou qualquer outra substância para mantê-la grudado ao corpo. Na camada intermediária da bomba - aproximadamente da espessura de um cabelo humano - estão os componentes eletrônicos que incluem sensores, isolantes e transmissores que captam a informação do paciente.

Aplicações

Na prática, a "pele eletrônica" poderia ter inumeráveis aplicações médicas e facilitaria a vida dos pacientes que precisam se submeter a exames médicos, evitando cabos, eletrodos e gel que podem causar alergias. A tecnologia "pode conectar o mundo físico e o ciberespaço de uma maneira muito natural para que o usuário se sinta confortável", explicou Coleman.

Os pacientes com problemas de coração, por exemplo, têm que carregar um aparelho durante pelo menos um mês para examinar suas constantes a fim de detectar alguma anomalia no ritmo cardíaco com o auxílio de adesivos eletrodos.

Os pesquisadores testaram o dispositivo no braço, no pescoço, na testa, na bochecha e no queixo dos pacientes e demonstraram que a bomba funciona 24 horas ou mais e não irrita a pele. Além disso, o aparelho foi usado para medir a atividade elétrica produzida pelos músculos das pernas e do coração e descobriram que os sinais do aparelho igualaram as tomadas simultaneamente com o sistema convencional, que necessita eletrodos, gel condutor e fita isolante.

Tais resultados apontam que as "peles eletrônicas" poderiam substituir no futuro os exames hospitalares convencionais mais desconfortáveis. "A melhor maneira de examinar o cérebro é registrar os sinais dos neurônios em um entorno natural, com dispositivos que sejam invisíveis para o usuário", já que a supervisão poderia ser feita durante a atividade normal do paciente.

A invenção seria especialmente aplicável para acompanhar pacientes e também permitiria analisar outros aspectos cognitivos ou padrões de conduta durante o sono, apresentando novas capacidades tecnológicas. Por exemplo, os pacientes com transtornos musculares ou neurológicos, como a esclerose lateral amiotrófica, poderiam utilizá-los para se comunicar ou interagir com computadores, enquanto os pesquisadores observaram que, quando se aplica à pele da garganta, os sensores poderiam distinguir os movimentos musculares de uma linguagem simples.

O dispositivo também poderia ser utilizado potencialmente como uma venda eletrônica para acelerar a cura de queimaduras, feridas e outros danos na pele e, mais adiante, inclusive apresentar o sentido do tato a próteses como pernas e braços artificiais.

EFE   
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