Índia lança satélite para estudar o sol após um pouso bem-sucedido na lua
Objetivo é estudar os ventos solares, que podem causar perturbações na Terra; a longo prazo os dados podem ajudar a entender melhor o impacto do Sol sobre os padrões climáticos terrestres
A Índia lançou sua primeira missão espacial para estudar o sol neste sábado, 2, menos de duas semanas depois de uma bem-sucedida missão sem tripulação aterrissando próximo à região polar sul da lua.
A espaçonave Aditya-L1 decolou a bordo de um veículo lançador de satélites do centro espacial de Sriharikota, no sul da Índia, para estudar o sol a partir de um ponto a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, conhecido como L-1.
A espaçonave está equipada com sete cargas úteis para estudar a coroa solar, a cromosfera, a fotosfera e o vento solar, informou a Organização de Pesquisa Espacial da Índia.
O primeiro observatório solar da Índia iniciou sua jornada até o destino do ponto L1 Sol-Terra", publicou a ISRO na plataforma X, antigo Twitter.
PSLV-C57/Aditya-L1 Mission:
The launch of Aditya-L1 by PSLV-C57 is accomplished successfully.
The vehicle has placed the satellite precisely into its intended orbit.
India's first solar observatory has begun its journey to the destination of Sun-Earth L1 point.
— ISRO (@isro) September 2, 2023
O satélite deve levar 125 dias para chegar ao ponto L1.
Primeiro país a pousar uma espaçonave perto do polo sul da Lua
No dia 23 de agosto, a Índia realizou uma viagem histórica a um território desconhecido que, segundo os cientistas, pode conter reservas vitais de água congelada. Depois de uma tentativa fracassada de pousar na Lua em 2019, a Índia se juntou aos Estados Unidos, à União Soviética e à China como apenas o quarto país a atingir esse marco.
Jitendra Singh, ministro júnior de ciência e tecnologia da Índia, elogiou os funcionários da ISRO por seu trabalho no lançamento. "Parabéns, Índia. Parabéns à ISRO", disse ele ao estar presente na sala de controle da ISRO.
"O estudo sobre o sol, combinado com o pouso bem-sucedido da Índia na Lua, mudaria completamente a imagem da ISRO na comunidade mundial, disse Manish Purohit, ex-cientista da organização de pesquisa.
@estadaoTALKING TO THE MOOOON A Índia pousou uma #espaçonave robótica na #Lua nesta quarta-feira, 23, um feito que ocorreu poucos dias depois de um veículo russo colidir com a superfície após disparar seus propulsores por muito tempo. A espaçonave da Índia, sem nenhum #astronauta a bordo, pousou perto do polo sul da Lua, uma área que várias nações cobiçam porque contém água na forma de gelo em crateras permanentemente sombreadas. O pouso bem-sucedido da missão Chandrayaan-3 foi um triunfo para um país com ambições crescentes no espaço e foi aplaudido por toda a nação de 1,4 bilhão de pessoas. Em 2019, uma missão semelhante falhou no último minuto devido a um problema de software. Mas a missão colocou com sucesso uma nave espacial em órbita ao redor da lua e mapeou a superfície lunar nos anos seguintes. "A Índia está na Lua", declarou S. Somanath, chefe da Organização de Pesquisa Espacial da Índia. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, assistiu ao feito enquanto agitava uma bandeira indiana. #Espaço #Ciência #tiktoknotícias
som original - Estadão
O Aditya-L1 estava se dirigindo para o ponto L1 do sistema Terra-Sol, que proporciona uma visão ininterrupta do sol, disse a ISRO. "Uma vez instalado, o satélite forneceria um aviso confiável de um ataque de partículas e radiação provenientes do aumento da atividade solar, com o potencial de derrubar as redes de energia na Terra, disse B.R. Guruprasad, um cientista espacial, em um artigo publicado no jornal The Times of India.
O alerta avançado pode proteger os satélites que são a espinha dorsal da estrutura econômica global, bem como as pessoas que vivem em estações espaciais.
"Essas sete cargas úteis estudarão o sol como uma estrela em todas as posições possíveis do espectro visível, ultravioleta e de raios-x", disse Manish Purohit.
"É como se estudássemos o sol como uma estrela em todas as posições possíveis do espectro visível, ultravioleta e de raios-x, como se fôssemos obter uma imagem em preto e branco, uma imagem colorida e uma imagem de alta definição, uma imagem 4K do sol, para não perdermos nada do que está acontecendo no sol", completou./AP