É preciso mudar os acordos sobre drogas da ONU, diz FHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu neste domingo a necessidade de se mudar os acordos internacionais das Nações Unidas sobre entorpecentes para escapar da "fracassada" guerra contra as drogas.
FHC é um dos signatários da Declaração de Viena, um documento chave da 18ª Conferência Internacional de Aids, que começa neste domingo, e que considera que as atuais políticas contra a toxicomania contribuem para a difusão da epidemia entre os usuários de drogas injetáveis.
O ex-presidente assinou a declaração junto a outros antigos presidentes latino-americanos, como o mexicano Ernesto Zedillo e o colombiano César Gaviria, além de escritores como o peruano Mario Vargas Llosa, Paulo Coelho e o nicaraguense Sergio Ramírez.
"Enquanto houver um consumo em ascensão, o uso da droga é muito difícil de ser controlado. É preciso enfocar a droga, sem deixar de combatê-la, na redução do consumo e como um assunto de saúde. Se não, não há saída", afirmou.
O ex-presidente disse ainda que "o usuário não deve ser tratado como um criminoso, tem que ser tratado como alguém que necessita de um apoio médico e hospitalar". Por entender que, ao criminalizar o consumidor de drogas, o Governo o afasta da assistência sanitária e piora a luta contra doenças transmissíveis, o ex-presidente respaldou a Declaração de Viena.