Cientistas acreditam ter detectado planeta não visto por telescópio
10 mai2012 - 18h50
(atualizado às 19h32)
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Uma equipe de cientistas acredita ter detectado, entre os dados enviados pelo observatório espacial Kepler, um planeta localizado a 2,8 mil anos-luz da Terra em direção ao centro da Via Láctea que teria passado despercebido pelo telescópio, informou nesta quinta-feira a revista Science.
Enviado ao espaço em março de 2009, o Kepler vigia o resplendor de aproximadamente 150 mil estrelas, em busca de sinais que indiquem o trânsito de planetas em suas órbitas. Em princípio, o telescópio, batizado em homenagem ao astrônomo alemão Johannes Kepler - do século XVII -, tinha uma missão programada para três anos e meio, mas o prazo foi prorrogado até 2016.
O Kepler, que pesa pouco mais de uma tonelada, percorre a cada 373 dias e meio uma órbita a 149,6 milhões de quilômetros do Sol e observa o universo com um telescópio cujo espelho de 1,44m é o maior posto em uma órbita extraterrestre.
Para encontrar planetas além da Via Láctea, os cientistas usam um método prático: se, ao orbitar, um planeta passa a frente de uma estrela observada pelo Kepler, periodicamente obstruirá uma porção do resplendor do astro. Esta diminuição pequena e repetida da luminosidade da estrela indica a presença de um planeta. Os detalhes desse trânsito permitem que os cientistas deduzam as propriedades físicas do sistema e as proporções de raio das órbitas.
No caso de um planeta que percorre uma órbita estritamente kepleriana, as distâncias, ritmos e outras propriedades na curva de luminosidade deveriam se manter constantes. No entanto, vários efeitos podem produzir desvios do modelo kepleriano, fazendo com que as distâncias e os ritmos não sejam estritos.
Entre os cientistas que diariamente revisam a enorme quantidade de dados transmitida pelo Kepler, uma equipe liderada por David Nesvorny, do Instituto de Pesquisa Southwest, em Boulder, no Colorado, encontrou uma divergência que tinha passado despercebida para o telescópio caçador de planetas.
Nesvorny e seus colegas acharam nos dados enviados por Kepler a probabilidade de um planeta que o telescópio não tinha assinalado, e inclusive a possibilidade de um outro que ainda não foi visto.
"Ficou claro para nós que deve haver um objeto grande e oculto, que influi no planeta que transita", disse Nesvorny. "Para fazer uma comparação, se um trem de alta velocidade chega a uma estação com duas horas de atraso, sabemos que deve haver uma boa razão para isso", explica.
A estrela que atrai tanto interesse se denomina KOI-872, e os pesquisadores sustentam que, além de um já descoberto, outro planeta orbita o astro a cada 57 dias, embora não passe em frente à estrela na visão do telescópio de Kepler. A KOI-872 mostra trânsitos com variações de tempo notáveis de mais de duas horas.
Os pesquisadores sugerem a presença de um terceiro planeta, com uma massa aproximadamente 1,7 vez maior que a Terra e que orbitaria a mesma estrela a cada 6,8 dias.
A equipe que coordena o Hubble divulgou nesta terça-feira uma nova imagem para marcar as comemorações dos 22 anos do telescópio espacial, completados hoje. O registro mostra a intensa formação de estrelas na região conhecida como 30 Dourados, a 170 mil anos-luz da Terra. Veja a seguir outras imagens impressionantes feitas pelo Hubble ao longo desses 22 anos
Foto: Nasa/ESA / Divulgação
Nesta imagem do Hubble, uma nebulosa planetária está sendo criada durante a morte da estrela IC 4406, que ejeta material e forma a nuvem de gás
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A nebulosa Ovo fica a cerca de 3 mil anos-luz e se expande rapidamente alimentada por uma estrela à beira da morte, no centro da nuvem de gás e poeira
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A nebulosa N 49 é o que sobrou de uma supernova na nossa galáxia vizinha Grande Nuvem de Magalhães
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Esta imagem de Marte é considerada a foto mais nítida já do nosso vizinho. Ela foi registrada em 2003, após uma aproximação do planeta com a Terra
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Nesta imagem, a galáxia NGC 3370 - a 90 milhões de anos-luz - aparece ao lado de outros grupos de estrelas
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Esta imagem mostra uma parte da nebulosa Carina, que pode ser vista até a olho nu
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A Messier 64 é o resultado da colisão de duas galáxias e chama a atenção pela poeira escura, o que lhe dá o apelido de "olho negro"
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A "Hubble Ultra Deep Field" é uma das mais conhecidas imagens do telescópio. Na verdade, é o resultado de 800 exposições feitas durante 11 dias e mostra cerca de 10 mil galáxias, as mais próximas a cerca de 1 bilhão de anos-luz da Terra
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Em forma de anel, a galáxia AM 0644-741 é maior que a Via Láctea e está repleta de jovens estrelas azuis
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Detalhe mostra o centro da nebulosa Trífida, região de formação de estrelas, na Via Láctea
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Explosão de supernova é 200 vezes mais brilhante que o Sol. A estrela, no canto superior direito da imagem, é tão brilhante que parece fazer parte da Via Láctea, mas está a 11 milhões de anos-luz da Terra, na galáxia NGC 2403
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A nebulosa da Hélice (Helix) é uma das mais famosas e esse mosaico foi formado por imagens do Hubble e do Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Cada lóbulo da nebulosa Bumerangue tem cerca de 1 ano-luz de extensão e são formados pela ejeção de matéria de uma estrela que fica no centro da estrutura
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Quando os ventos estelares - ejeções de partículas - colidem com gás e poeira eles formam esses arcos e bolhas brilhantes na nebulosa de Órion
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
No centro dessa região da nebulosa de Órion podem ser vistas as estrelas do aglomerado do Trapézio, as quatro de maior massa da nuvem de gás e poeira
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
O aglomerado de estrelas NGC 265 fica na Pequena Nuvem de Magalhães, uma das galáxias vizinhas à Via Láctea
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Este mosaico da galáxia Messier 82 é composto com imagens de três grandes observatórios: Chandra (que registra raios-X e aparece em azul), Hubble (luz visível, em amarelo e verde) e Spitzer (infravermelho, em laranja)
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A 100 milhões de anos-luz (30 megaparsecs) fica a galáxia NGC 1309, registrada nesta imagem do Hubble
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Foram observações do Hubble que confirmaram a presença de duas luas até então desconhecidas em Plutão, em 2006
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Essa nuvem de gás azul são restos de uma supernova conhecidos como E0102 e ficam Pequena Nuvem de Magalhães
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Imagem do Hubble mostra o agrupamento de galáxias Cl 0024+17 (ZwCl 0024+1652). Ao estudar a luz distorcida de galáxias ao fundo desse agrupamento, astrônomos descobriram um grande anel de matéria escura separado em cinco arcos (destacados em azul)
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Astrônomos acreditam que uma supernova resultou, entre 5 mil e 10 mil anos atrás, na nebulosa do Véu
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Esta imagem de 2007 foi feita em suporte à missão da sonda Horizons. A nave deve chegar em Plutão em 2015 e usou a gravidade de Júpiter para acelerar
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Esta imagem é o resultado de exposições feitas durante 36 horas em 2007
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Esta foto foi tirada em 2002
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
O telescópio orbita a 570 km do solo e a 27.200 km/h
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Este registro da galáxia NGC 1275 - a 250 milhões de anos-luz da Terra - combina observações do Hubble com o telescópio de raios-X Chandra e radiotelescópios
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
No ano de 1006 d.C., pessoas da África e Europa ao leste asiático observaram a mais brilhante estrela já vista pela humanidade. A supernova SN 1006 deixou uma coluna de gás onde hoje se formam novas estrelas
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Esta é composta de dois registros do Hubble da região NGC 3324. A primeira, de 2006, registra apenas o hidrogênio (em verde) da região. Já a segunda, de 2008, isola a luz de oxigênio (em azul) e enxofre (vermelho)
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
O Hubble fez este registro em 24 de fevereiro de 2009, quando quatro luas de Saturno - Encélado, Dione, Titã e Mimas - passavam em frente ao planeta
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Registro feito em 2009 mostra o maior planeta do Sistema Solar
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Esta imagem mostra cerca de 100 mil das cerca de 10 milhões de estrelas que formam o aglomerado de Ômega Centauro
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A nebulosa Carina fica a 7,5 mil anos-luz da Terra e é considerada um berçário de estrelas
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A galáxia NGC 4402 chama a atenção pela sua forma incomum
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Aglomerados de galáxias são permeados por gás quente. Quando uma galáxia passa dentro do aglomerado, esse gás pode agir como um "vento". Tanto a NGC 4402, da foto anterior, quanto a NGC 4522, desta imagem, sofrem tanto com esse "vento" que ele remove o gás delas o que pode levar a suas mortes
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Os registros da "Montanha Mística", esta região de formação de estrelas, estão entre os mais famosos do Hubble
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Imagem mostra close-up da nebulosa Dumbbell, a 1,2 mil anos-luz da Terra, que também é formada pelos últimos suspiros de uma estrela
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A região de formação de estrelas NGC 3603 fica a 20 mil anos-luz da Terra
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Hubble registra detalhe da nebulosa Carina
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A galáxia em espiral barrada NGC 1672 é cheia de jovens estrelas azuis e regiões de formação estelar (em vermelho)
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
As Antena talvez sejam o caso mais famoso de uma colisão entre galáxias. Chama a atenção de que essa colisão, ao invés de acabar com as duas galáxias, na verdade induzem o nascimento de novas estrelas
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Na região central de M82, as estrelas nascem 10 vezes mais rápido que na Via Láctea
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A galáxia do Cata-vento fica a 23 milhões de anos-luz da Terra
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
Este registro mostra mais de 3 mil estrelas na nebulosa de Órion
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A nebulosa do Caranguejo é considerada uma das mais complexas estruturas conhecidas do espaço - e também uma das mais estudadas
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A forte radiação do seu centro "esculpe" essa região de formação estelar, conhecida como NGC 346, na Pequena Nuvem de Magalhães
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A galáxia Redemoinho chama a atenção por uma "companheira", a NGC 5195 (em amarelo, no canto direito da imagem). Contudo, a galáxia menor na verdade está passando atrás da gigante espiral
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A galáxia V838 Monocerotis é conhecida por lembrar o símbolo do navegador Firefox
Foto: ESA/Nasa / Divulgação
A nebulosa da Tarântula fica a 170 mil anos-luz, na Grande Nuvem de Magalhães