Brasil tem quase 94% dos domicílios com Internet, segundo IBGE
Pesquisa mostra aumento de domicílios com acesso à internet e crescimento acelerado em áreas rurais
O Brasil alcançou 74,9 milhões de domicílios com internet em 2024, com destaque para o crescimento em áreas rurais e redução das disparidades regionais, segundo o IBGE.
O Brasil tem 74,9 milhões de domicílios com internet, segundo a mais recente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 24. O dado é equivalente atingindo a 93,6% das residências. O aumento no número de casas com internet no país em 2024 foi de 1,1% em comparação com 2023.
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Apesar do aumento consistente desde o início da série histórica observada na pesquisa do IBGE, a taxa de crescimento vem diminuindo gradualmente, o que mostra que o país está cada vez mais próximo da universalização do acesso à internet dentro das casas.
Rural x Urbano
O crescimento no número de domicílios conectados à internet foi mais acelerado nas áreas rurais do país, reduzindo a diferença em relação às áreas urbanas. Em 2016, a diferença foi maior do que 40 pontos percentuais, sendo 35,0% versus 76,6%. Já em 2024, a diferença caiu para 9,9 pontos percentuais, sendo 84,8% em área rural versus 94,7% em regiões urbanas.
Todas as regiões do país tiveram crescimento, especialmente o Nordeste, que teve o maior aumento, de 2,2 pontos percentuais entre 2023 e 2024. Apesar disso, a região continuou apresentando a taxa mais baixa de domicílios com internet, sendo de 91,3%. O Centro-Oeste apresentou a maior taxa, com 96,0% de casas conectadas à internet.
Tipos de conexão
Segundo o IBGE, o uso de banda larga tem crescido no Brasil. Em 2024, tanto a banda larga fixa quanto a móvel tiveram crescimento nos domicílios, especialmente a fixa, que teve aumento superior à móvel.
Em 2023, o percentual dos domicílios com internet que usavam banda larga móvel voltou a subir, indo de 83,3% para 84,3%, mas continuou inferior à banda larga fixa, que variou de 86,9% para 88,9%.
Regiões
Em uma análise regional, a pesquisa mostra que, em 2024, o percentual de domicílios na Região Norte em que a banda larga fixa era utilizada (84,6%), apesar de ter apresentado o maior aumento, ainda continua abaixo dos resultados alcançados nas demais Regiões. Outro destaque foi a Região Nordeste, que manteve a posição de maior adoção de banda larga fixa nos domicílios (92,3%).
O menor percentual entre os domicílios em que havia uso da banda larga móvel foi registrado no Nordeste (70,0%), enquanto as outras regiões tiveram taxas maiores do que 80%, chegando a 91,1% no Sudeste. O Norte foi a única região que teve queda dessa taxa entre 2023 e 2024.
Ainda no Nordeste, a diferença entre usuários de banda larga fixa e móvel foi maior do que nas outras regiões em 2024 por 22,3 pontos percentuais. Além disso, a presença da banda larga móvel superava a fixa apenas nesta região do Brasil.
Discada sumindo
Em 2024, apenas 0,3% dos domicílios brasileiros tinham internet com conexão discada, segundo o IBGE. A tendência no ano analisado foi de crescimento no percentual de casas com internet com os dois tipos de banda larga, enquanto reduziu o número de casas com somente um tipo.
O percentual de domicílios em que havia conexão por banda larga fixa e móvel subiu de 47,6% para 71,1%, enquanto o percentual dos domicílios em que era utilizada somente a conexão por banda larga móvel passou de 27,1 % para 10,2% e naqueles em que havia somente o uso de conexão por banda larga fixa, diminuiu de 21,0% para 14,8%.
Mais de 5 milhões ainda não usam internet em casa
De acordo com a pesquisa, em 2024, ainda havia 5,1 milhões de domicílios no Brasil que não usavam a internet. Entre os motivos, os que mais se destacaram foram:
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Nenhum morador sabia usar a Internet (32,6%)
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Serviço de acesso à Internet era caro (27,6%)
- Falta de necessidade em acessar a Internet (26,7%)
Além desses, também foi citado que o serviço de acesso à Internet não estava disponível na área do domicílio (3,9%), e o motivo de o equipamento eletrônico necessário para acessar a Internet ser caro (3,2%). Por fim, falta de tempo (2,0%) e preocupação com privacidade ou segurança (0,8%) foram os motivos menos declarados nas entrevistas.
Em áreas urbanas e rurais, os três principais motivos concentravam 89,8% e 79,0%, respectivamente, dos domicílios em que não havia utilização da Internet.
No entanto, na área rural, além dos motivos mais alegados, a indisponibilidade do serviço foi maior, representando 12,1% em 2024, e 13,8% em 2023. Em contraste, na área urbana apenas 0,9% dos domicílios sem internet alegaram essa justificativa no mesmo período analisado.