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Apagão da AWS: falha da Amazon reprisa problemas históricos na internet; relembre

Problemas na nuvem da Amazon nesta segunda entra para o hall de grandes instabilidades da história da internet

20 out 2025 - 17h09
(atualizado às 19h52)
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Uma falha na Amazon Web Services (AWS) causou um apagão global nesta segunda-feira, 20, afetando milhares de usuários e empresas que dependem da plataforma. Aplicativos e serviços digitais, incluindo Alexa, Snapchat, PicPay, Fortnite e Roblox, ainda estão fora do ar, enquanto novos picos de instabilidade continuam a impactar serviços como iFood, OLX e Stone. O problema se arrastou por mais de 12 horas, durante toda a segunda.

"Na prática, o problema foi que os aplicativos não conseguiam 'conversar' entre si: logins travavam, pagamentos falhavam, carrinhos de compras sumiam e mensagens não eram entregues. Mesmo com os servidores funcionando, o controle da nuvem engasgou, criando filas, erros e atrasos", explicou Hudson Giovani Zanin, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp, ao Estadão.

Relembre 'apagões' digitais que marcaram a história da internet
Relembre 'apagões' digitais que marcaram a história da internet
Foto: Alice Labate/Estadão / Estadão

Zanin considera o problema como importante. "Ele está entre os maiores da nuvem nos últimos anos, pela quantidade de setores afetados ao mesmo tempo. Mas 'maior da história' ainda é o colapso do ecossistema da Meta em 2021, que tirou do ar Facebook, WhatsApp e Instagram por horas, afetando bilhões ao mesmo tempo. O de hoje é grande, sério, mas menor em alcance global", afirmou.

O professor comparou o episódio de hoje com outros apagões da própria AWS e de empresas como Fastly, lembrando que cada incidente tem sua particularidade. "Podemos comparar com o incidente da AWS em dezembro de 2021, que afetou fortemente comércio, mídia e serviços. O apagão da Fastly em 2021 derrubou partes da web por menos tempo, mas com efeito dominó visível. E, por outro lado, a pane do CrowdStrike em 2024, embora não tenha sido na nuvem, mostrou a escala de risco sistêmico e expôs o quanto estamos interligados", explicou.

Os apagões da AWS e de outros serviços digitais não são casos isolados. Nos últimos anos, falhas em provedores de nuvem e plataformas de comunicação geraram interrupções de grande escala, afetando milhões de usuários, empresas e serviços essenciais.

A seguir, veja alguns dos episódios mais marcantes da história recente da internet e da nuvem.

Apagão global da Fastly - Junho de 2021

Em 8 de junho de 2021, a Fastly, uma das principais empresas de rede de distribuição de conteúdo, enfrentou uma interrupção global que afetou diversos sites populares, incluindo Amazon, Reddit, Spotify, BBC e The New York Times.

A origem do problema foi identificada como um bug de software introduzido em uma atualização realizada em 12 de maio daquele ano. Esse erro permaneceu inativo até que, em 8 de junho, uma alteração legítima na configuração de um cliente da Fastly acionou o bug, resultando em uma falha que afetou 85% da rede da empresa.

A interrupção causou a exibição de mensagens de erro como "503 Service Unavailable" em muitos sites, interrompendo o acesso de usuários a serviços essenciais, incluindo informações sobre vacinação contra a covid-19. A Fastly detectou o problema em menos de um minuto e iniciou os procedimentos para restaurar os serviços. Em 49 minutos, 95% da rede estava funcionando novamente.

Apagão da Meta: Facebook, WhatsApp e Instagram - Outubro de 2021

Em 4 de outubro de 2021 os serviços da Meta, incluindo Facebook, Instagram, WhatsApp, Messenger, Mapillary e Oculus, ficaram indisponíveis globalmente por cerca de sete horas. A interrupção afetou aproximadamente 3,5 bilhões de usuários em todo o mundo.

A falha foi causada por uma remoção acidental de rotas do Border Gateway Protocol (BGP) que conectavam os servidores de nomes de domínio da Meta à internet. Durante uma manutenção de rotina, um comando foi executado para avaliar a capacidade da rede, mas esse comando desconectou acidentalmente todos os centros de dados da empresa. Como resultado, os servidores DNS da Meta retiraram suas rotas BGP, se tornandoinacessíveis e, consequentemente, tornando os serviços da empresa indisponíveis.

A interrupção afetou tanto usuários individuais quanto empresas que dependem das plataformas da Meta para comunicação e marketing. Além disso, a falha causou uma sobrecarga em outras redes sociais, como X (ex-Twitter), Discord e Telegram, devido ao aumento repentino de usuários migrando para essas plataformas.

Apagões da AWS - Dezembro de 2021

Em dezembro de 2021, a AWS enfrentou duas grandes interrupções em sua região US-EAST-1, a mesma que falhou no apagão desta segunda-feira.

A primeira interrupção ocorreu no dia 7 de dezembro devido a falhas em dispositivos de rede, afetando serviços essenciais como EC2, DynamoDB e Amazon Connect. Plataformas de streaming, redes sociais e serviços financeiros foram impactadas. O tempo de inatividade variou conforme a dependência de cada serviço, mas durou várias horas até a restauração completa.

O segundo episódio, alguns dias depois, em 15 de dezembro, foi provocado por congestionamento na rede principal da AWS, bloqueando o tráfego de dados entre redes internas. A interrupção foi de menor duração, mas serviços críticos ficaram fora do ar por algumas horas.

Apagão global de 19 de Julho de 2024: Falha da CrowdStrike

Em julho de 2024, uma atualização defeituosa do software de segurança Falcon Sensor, da empresa CrowdStrike, provocou um apagão global que afetou sistemas Windows em diversos países. Cerca de 8,5 milhões de dispositivos exibiram telas azuis e mensagens de erro, interrompendo operações em hospitais, aeroportos e bancos.

O incidente foi causado por um erro no driver do Falcon Sensor, um componente crítico para a detecção e resposta a ameaças. O bug foi introduzido na atualização e disparou falhas nos sistemas de forma ampla.

O problema foi identificado e corrigido após várias horas de instabilidade. Após o episódio, a CrowdStrike adotou medidas de segurança mais rigorosas, incluindo testes controlados antes de novas atualizações e melhoria na comunicação com clientes, para reduzir riscos de novos apagões.

Estadão
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