Ainda não engolimos a IA: o que a reação ao novo anúncio da Coca-Cola diz sobre o futuro da publicidade e produção de conteúdo
Empresas querem industrializar vídeos, mas isso não funciona como o esperado, pois o publico rejeita
A ideia de que a inteligência artificial generativa reduziria custos e o número de funcionários em produções criativas parece ter sido desmentida pelo novo anúncio de Natal da Coca-Cola.
O comercial, que pelo segundo ano consecutivo aposta na IA, ilustra o verdadeiro (e talvez mais complexo) objetivo das grandes corporações: não apenas substituir o trabalho, mas industrializar o conteúdo.
Apesar de uma melhora técnica visível em relação ao desastroso anúncio de 2024 — que foi ridicularizado por erros grosseiros como pneus rígidos e rostos desumanos —, a nova versão com animais antropomorfizados também gerou rejeição. Veja abaixo o comercial do ano passado:
A crítica principal é intangível: um anúncio que apela à tradição e ao "artístico" não deveria ser feito com uma ferramenta que, supostamente, dispensa a criatividade humana. No entanto, os dados de produção divulgados pela própria empresa mostram que a realidade é bem diferente de "apertar um botão".
O paradoxo: mais tecnologia, mesmo número de pessoas
A promessa de economia de pessoal com a IA não se concretizou. Para chegar ao resultado final de 60 segundos, foram necessários 70.000 videos gerados por IA. Por trás desse esforço, havia um exército de aproximadamente 100 profissionais distribuídos entre a Coca-Cola, a agência WPP e os estúdios de IA. Jason Zada, da empresa Secret Level, que desenvolveu o anúncio, mencionou uma equipe direta de 20 pessoas, um número comparável ao de qualquer comercial de animação...
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