A França voltou a incluir em seu cardápio a receita mais elaborada e macabra de sua história: pato prensado
Se o segredo de muitas receitas "está no molho", neste prato o sangue é tudo
No mundo culinário, existem alguns pratos aos quais poucas pessoas têm acesso. Estamos falando dos "proibidos", onde é necessário fazer três distinções: ou foram proibidos porque representam um problema para a saúde, ou porque representam uma aberração para a cultura que os vetou ou, finalmente, porque são um mero luxo. A França acaba de voltar a colocar, nos seus menus mais exclusivos, um prato que se encaixa no segundo quesito, o le canard à la presse.
Um prato, sua história e cerimônia
No coração da tradição culinária francesa, o le canard à la presse, uma iguaria de pato prensado, representa um símbolo de opulência e ritual.
O prato, originado na região da Normandia, é caracterizado por sua preparação teatral: um pato parcialmente assado, cuja carcaça é prensada em uma máquina de prata ornamentada para extrair seu sangue e sucos, os quais se tornam o emblemático sauce au sang (ou molho de sangue). Esse molho, preparado diante do comensal por um maître, acompanha os filés de pato, enquanto as pernas assadas são servidas como um segundo prato. Digamos que, mais do que um manjar, o canard à la presse é uma experiência imersiva na pompa da alta culinária francesa que alcançou seu auge no século 19.
As raízes
Embora a origem do le canard à la presse pareça estar na região rural da Normandia, sua sofisticação moderna deve muito a lugares como La Tour d'Argent, em Paris, onde é servido desde o século 19. Recentemente, a BBC contou que este restaurante, com uma história de ...
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