Jarbas Soares/Redação TerraA decisão de entrar com a Tropa de Choque no Pavilhão 9 do Complexo do Carandiru foi tomada em consenso após uma reunião entre o juiz aposentado e assessor para assuntos penitenciários da secretaria de Seguranca Pública de São Paulo, Antônio Luiz Filardi, juízes de execução que estavam no local e o coronel Ubiratan Guimarães, da Polícia Militar.
A informação da reunião foi dada por Filardi em depoimento para defesa do coronel. A ação da polícia resultou na morte de 111 presos. O coronel Ubiratan está sendo julgado pelas mortes, além da tentativa de homicídio de outros cinco presos.
Para Filardi, a situação "caótica" obrigou o coronel a tomar a decisão de invadir o pavilhão. "Havia fogo e não tínhamos informação sobre o que ocorria dentro do pavilhão. A polícia não podia se omitir diante do quadro", afirmou o juiz aposentado.
Bomba - Mesmo tendo considerado a situação como muito grave, o juiz disse ter se assustado com o número de mortos na operação policial. "Primeiramente recebemos a notícia de que seriam oito mortos. Já achei um número muito alto. Quando chegou a informação de que o número de mortos era muito maior, a notícia caiu como uma bomba", lembrou Filardi.
O ex-juiz disse também que o coronel Ubiratan comandou apenas o início da operação. Ele afirmou ter visto o momento em que o coronel foi ferido por uma bomba e, desmaiado, deixou o Pavilhão 9.
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