Veja como é o café da manhã de um vegano periférico

O veganismo pouco a pouco vai se tornando um tema muito mais acessível, presente na boca do povo e menos estigmatizado.

27 set 2022 - 17h55
(atualizado em 3/10/2022 às 14h05)
Foto: CanvaPro

O café da manhã é a refeição que mais gera dúvida em quem está pensando tirar ou diminuir o consumo de origem animal. Afinal, quase tudo visto como refeição matinal ou o que se vende nas padarias é de origem animal, a maioria das pastas/manteiga/margarina são de origem animal e ter receio ao trocar a alimentação é muito comum e compreensível. 

Para quem vive em periferias, e não tem tantos estabelecimentos preocupados com essa questão, fica ainda mais complicado, no entanto, foi isso que nos fez entender que teríamos que adaptar o veganismo a nossa realidade, e agir de acordo com as nossas limitações.

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Quando a gente ainda consumia produtos de origem animal, o café da manhã passava batido, e quando não passava a gente comia pão com margarina e leite com achocolatado bem doce. Tínhamos o costume de ir para a cozinha completamente no automático, nem pensávamos sobre o que, como e o porquê estávamos comendo. 

Ao tirar os produtos de origem animal do nosso cardápio, isso mudou, a nossa cabeça se transformou completamente em relação à alimentação, podemos dizer que tomamos mais consciência da importância das refeições, essencialmente do café da manhã.

Poderíamos contar várias histórias da nossa caminhada, mas vamos deixar para outra coluna, agora vamos para a prática ver as possibilidades e o que costumamos comer no café da manhã.

Bom, nós estudamos e trabalhamos muito, então não dá para ficar elaborando demais os rangos, buscamos sempre o simples, mas que seja nutritivo, que caia bem e seja bom.

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Geralmente consumimos pão (existem dezenas de massas que não levam nada de origem animal na produção), tapioca, panquecas, tortilhas, torradas, café preto, chá, leite vegetal de aveia, coco ou amendoim feito em casa, frutas, suco de frutas, bolos e qualquer preparo que não leva carne, leite, ovos, mel e derivados. 

Foto: CanvaPro

As possibilidades para rechear o pão, a tapioca, as tortilhas, as torradas ou as panquecas são: tomate e cebola com orégano, margarina (sem leite), pastas caseira, geleia de frutas, pasta de grão-de-bico, pasta de berinjela, antepastos com legumes que estão há muito tempo na geladeira, entre diversos outros.

Recentemente criamos um queijo de aveia e em breve terá receita em vídeo.

Ao fazer a transição para uma alimentação sem nada de origem animal, descobrimos possibilidades infinitas que não fazíamos ideia que era possível, depois disso, nunca mais voltamos a consumir o que estávamos acostumados.

São tantas opções sem interferir na vida dos animais que hoje, para nós, não faz sentido algum continuar reproduzindo velhos hábitos.

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Se liga nessas dicas: 

Se você está muito acostumado a consumir carne, leite, ovos e derivados. Experimente montar um café matinal sem nada de origem animal por pelo menos 2 dias na semana. Comece gradualmente e faça essa troca respeitando os seus limites.

Ao entrar em uma padaria ou mercado não querendo consumir nada de origem animal, pega as embalagens e começa a ler o rótulo (sempre tem todas as informações).

Caso queira comprar um pão francês ou carioquinha e tem dúvidas, pergunte para um funcionário que trabalha atrás do balcão se aquele pão leva leite, ovos ou banha de porco e diga que a maioria não leva.

Nós não  temos o costume de consumir margarina (por uma questão pessoal), mas é bem fácil encontrar margarinas que não usam leite ou soro de leite nos ingredientes.

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Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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