A catarata representa um dos principais desafios de saúde ocular no Brasil, principalmente entre pessoas acima dos 60 anos. Trata-se da opacificação progressiva do cristalino, a lente natural que capta e foca imagens no olho. Embora seja mais comum no processo de envelhecimento, outros fatores podem acelerar esse quadro, como traumatismos, exposição excessiva ao sol e algumas doenças metabólicas.
Com o avanço da catarata, os sintomas costumam interferir diretamente na qualidade de vida. Essa alteração visual costuma surgir de forma gradual, o que dificulta a percepção inicial do problema. Portanto, conhecer os sinais precoces faz diferença no diagnóstico e na busca por soluções adequadas.
Quais os principais sintomas da catarata?
A manifestação mais frequente envolve a visão turva, muitas vezes descrita como se houvesse uma névoa constante sobre os olhos. Além disso, brilhos ou halos ao redor de luzes à noite costumam incomodar. Essa condição leva algumas pessoas a relatar maior sensibilidade à luz, dificultando atividades como dirigir após o pôr do sol. Em muitos casos, a percepção de cores também se altera, tornando tons vívidos mais opacos ou amarelados.
Observe-se que a catarata dificilmente apresenta dor, vermelhidão ou lacrimejamento em excesso. Esses sintomas apontam para outros problemas oculares. Já a progressão lenta, com maior dificuldade para ler, assistir televisão ou reconhecer rostos, caracteriza o quadro clássico do cristalino opaco. Mudanças frequentes no grau dos óculos, sem melhora efetiva, reforçam a necessidade de um exame detalhado.
Como ocorre o diagnóstico da catarata?
Ao notar qualquer desses sintomas, a avaliação com um oftalmologista se torna fundamental. O exame clínico utiliza instrumentos específicos, como a lâmpada de fenda, para visualizar diretamente o cristalino. A partir da identificação da perda de transparência, mede-se a extensão do comprometimento visual. O médico pode solicitar exames complementares, caso haja outros fatores envolvidos ou presença de doenças associadas, como o diabetes.
- Verificação do grau de opacidade do cristalino
- Análise completa da retina e outros segmentos oculares
- Testes de acuidade visual com e sem correção ocular
Assim que o diagnóstico se confirma, avalia-se o impacto dessas alterações nas atividades diárias para definir o momento ideal do tratamento.
Quais os métodos de tratamento para a catarata?
Quando a catarata começa a prejudicar tarefas do cotidiano, a cirurgia se apresenta como solução mais indicada. Atualmente, o procedimento consiste na remoção do cristalino opaco. Em seguida, implanta-se uma lente intraocular, feita sob medida para cada pessoa. Essa técnica, chamada facoemulsificação, utiliza ultrassom para fragmentar a catarata antes da remoção.
A recuperação é normalmente rápida, exigindo apenas repouso relativo e cuidados com colírios prescritos após o procedimento. Veja os principais passos do tratamento cirúrgico:
- Aplicação de anestesia local, geralmente em forma de colírios
- Pequena incisão para inserção dos instrumentos
- Fragmentação e aspiração do cristalino opaco
- Implante da lente intraocular, escolhida conforme as necessidades visuais
- Alta no mesmo dia, com orientações detalhadas sobre retorno às atividades
Vale ressaltar que medicamentos ou colírios não conseguem reverter a opacificação do cristalino. Dessa forma, a cirurgia permanece como única alternativa para restaurar a visão nessas situações.
A catarata pode ser prevenida?
Embora o envelhecimento represente o principal fator de risco, algumas medidas auxiliam na redução da progressão da catarata. Entre as principais recomendações estão o uso de óculos escuros com proteção UV, controle rigoroso do diabetes e acesso regular ao oftalmologista. Além disso, evitar traumas oculares e manter alimentação rica em antioxidantes ajudam a preservar a saúde dos olhos.
- Uso de proteção ocular em ambientes de risco
- Evitar exposição prolongada à luz solar intensa
- Controle de doenças que afetam a visão
Catarata integra a lista das doenças oculares com maior incidência na população brasileira. O avanço da medicina proporcionou tratamentos eficazes e com baixo risco, tornando possível recuperar a visão e retomar atividades do dia a dia. Por isso, atenção aos sinais e acompanhamento médico frequente garantem melhores resultados em longo prazo.