'Sem tempo para ter medo': Mulher corre em homenagem à mãe, que encarou o câncer na pandemia

Isis Gomes foi uma das pessoas a encararem a Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama

13 out 2025 - 04h59
(atualizado às 08h01)
Isis Gomes e Dulcineia Saraiva correram juntas
Isis Gomes e Dulcineia Saraiva correram juntas
Foto: Karla Dunder / Terra

A designer gráfica Isis Gomes, 42 anos, participou da 62ª edição da Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama, no Ibirapuera, zona sul de São Paulo, ao lado da amiga e vizinha, Dulcineia Saraiva, 73. A dupla correu neste domingo, 12, em homenagem à mãe de Isis, diagnosticada com câncer durante a pandemia, em 2020. O evento integra a campanha O Alvo Azul.

“Hoje, minha mãe está bem e desde 2023 segue tomando remédios, fazendo exames de controle a cada 2 meses, mas o câncer está em remissão”, diz Isis. “Também corro com uma forma de contribuir para o tratamento de outras mulheres que são atendidas no Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC).”

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Todo o dinheiro arrecadado é destinado ao tratamento de pacientes no IBCC, que atende principalmente pelo SUS. Com o apoio da campanha, o hospital realiza mensalmente aproximadamente 420 cirurgias, 1,5 mil mamografias e mais de oito mil atendimentos, beneficiando majoritariamente mulheres da rede pública.

“Nós não tivemos tempo de ter medo da pandemia, porque o câncer não espera. Apenas colocamos a máscara e seguimos com foco no tratamento. Minha mãe fez a cirurgia de mastectomia, passou por sessões de quimioterapia e hoje estou aqui para homenageá-la”, conta a designer.

Vinicius Freitas também homenageou a mãe
Foto: Karla Dunder / Terra

O sócio-diretor da empresa ADC, Vinicius Freitas, também participou da corrida em homenagem à mãe. O diagnóstico, há 8 anos, abalou a família. "Sempre atuei na área da saúde, na época, trabalhava em um laboratório e sabia que o tratamento não seria fácil", lembra.

A mãe de Vinicius passou por duas cirurgias. A primeira foi para a retirada parcial da mama (quadrantectomia). Com a recidiva, ela precisou retornar à mesa de cirurgia para a retirada total (mastectomia). “Hoje, minha mãe chegou aos 70 anos e posso dizer que está curada.”

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Campanha

A Campanha do Alvo Azul completa 30 anos no Brasil. Iniciada em 1995 pelo IBCC Oncologia — com o símbolo criado por Ralph Lauren —, a campanha foca na conscientização sobre a importância da detecção precoce.

A camiseta do Alvo Azul, que integra a iniciativa Câncer de Mama no Alvo da Moda, já foi vestida por personalidades como Xuxa, Angélica, Glória Pires e Reynaldo Gianecchini, buscando chamar a atenção para a prevenção.

De acordo com o IBCC, nesses 30 anos, a campanha arrecadou mais de R$ 85 milhões, contou com a participação de mais de 400 artistas e celebridades, mais de 100 empresas parceiras e mais de 8 milhões de camisetas vendidas.

Números do Câncer no Brasil

Dados do Painel Oncologia Brasil indicam que mais de 108 mil mulheres com menos de 50 anos foram diagnosticadas com câncer de mama no país entre 2018 e 2023. O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer, em sua publicação "Controle do Câncer de Mama no Brasil: Dados e Números 2025", mostram que o SUS realizou 4,4 milhões de mamografias em 2024, sendo 2,6 milhões na faixa etária prioritária (50 a 74 anos).

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De acordo com o estudo, o Brasil deve registrar 73.610 novos casos de câncer de mama em 2025. Em 2023, foram mais de 20 mil mortes, com maior concentração nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. O levantamento aponta tendência de redução da mortalidade entre mulheres de 40 a 49 anos, reforçando a importância do diagnóstico precoce.

Fonte: Portal Terra
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