Sabia que beber água excessivamente pode até matar? Entenda a hiponatremia

Brooke Shields foi afetada pela condição; protagonista de 'A Lagoa Azul' sofreu convulsão após ingerir grande quantidade do líquido

9 nov 2023 - 05h00
Brooke Shields já se recuperou da convulsão
Brooke Shields já se recuperou da convulsão
Foto: Reprodução/ Instagram @brookeshields

Tudo em excesso faz mal. Até mesmo água. A atriz estadunidense Brooke Shields experimentou isso na pele após sofrer uma convulsão decorrente da grande ingestão do líquido.

A intérprete de Emmeline Lestrange no filme "A Lagoa Azul" (1980) não detalhou quanto de água bebeu em determinado intervalo de tempo, mas é sabido que a quantidade média indicada para um adulto considera fatores como idade, peso, sexo, nível de atividade física, clima e até doenças pré-existentes. Em geral, muitos nutricionistas também sugerem o cálculo básico de multiplicar o peso da pessoa por 35 ml.

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Já recuperada, Brooke relatou o episódio em uma entrevista concedida à revista Glamour. Segundo ela, o mal estar aconteceu em setembro, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. A artista começou a perder a consciência e viu “tudo ficar preto”.

“Isso significa espumar pela boca, totalmente azul, tentando engolir minha língua”, descreveu.

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Tratava-se de um quadro de hiponatremia, condição provocada pela redução na concentração de sódio no sangue. “As células cerebrais têm uma membrana semipermeável que regula o movimento de íons e outras substâncias”, explica o neurocirurgião Felipe Mendes em entrevista ao Terra.

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“Quando há uma diminuição significativa na concentração de sódio no sangue devido ao excesso de água, mais água entra nas células, causando um inchaço celular. Esse inchaço pode elevar a pressão dentro do crânio, causando sintomas neurológicos, como dores de cabeça, sonolência e, até mesmo, convulsões”, acrescenta o médico, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.

Foi exatamente isso o que aconteceu com a atriz. Brooke disse que sentiu suas mãos caírem para o lado do corpo e bateu a cabeça na parede. Ela foi socorrida por uma ambulância.

Os riscos da hiponatremia

Como destaca Mendes, diversos problemas podem desencadear quadros de hiponatremia, a exemplo da utilização de algumas classes de medicamentos e da ingestão excessiva de água. Outros sintomas associados à condição são:

  • náuseas;
  • vômitos; 
  • irritabilidade; 
  • alterações de humor;
  • além de complicações neurológicas, como dor de cabeça e confusão mental. 

Em fases avançadas, o paciente pode sofrer danos cerebrais causados pela pressão intracraniana aumentada, ter fraqueza muscular e dificuldades respiratórias. Quadros extremos podem ainda levar à morte.

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Tratamento para hiponatremia

O neurocirurgião alerta que quanto mais grave a hiponatremia, o atendimento precisa ser feito em ambiente hospitalar, com supervisão direta de uma equipe médica.

"A correção para valores normais deve ser feita de forma lenta, já que a correção intempestiva e rápida pode levar a graves problemas neurológicos. O tratamento geralmente envolve restrições de líquidos, ajustes de dieta, reposição com soro e suspensão de medicamentos que podem causar a hiponatremia".

De acordo com o médico, na maioria dos casos, os pacientes se recuperam sem sequelas e voltam a ingerir água normalmente. Nas situações graves, é possível que fiquem sequelas permanentes, como déficits cognitivos, alterações de memória e de personalidade, dificuldade de aprendizado, alterações de marcha e problemas de coordenação.

Fonte: Redação Terra Você
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