A psicóloga Bruna Massa compartilhou os desafios e aprendizados como mãe de Noah, diagnosticado com hidrocefalia, destacando o apoio familiar, a ressignificação diária e a importância da união e da adaptação na maternidade atípica.
A psicóloga Bruna Massa, de 32 anos, conhecida como nora do apresentador Ratinho, relembrou quando recebeu o diagnóstico de hidrocefalia de Noah (7), seu primogênito com Gabriel Massa, de 40. "Foi como se o chão tivesse desaparecido. Lembro do silêncio, do medo e das perguntas que pareciam não ter resposta. Eu me perguntava: 'será que ele vai viver?'; 'será que vai sofrer?'. Era uma mistura de amor incondicional com a sensação de não ter nenhum controle sobre o que viria", contou ela, em entrevista à revista Quem.
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Desde que passou a lidar com o quadro clínico do filho, Bruna Massa começou a entender melhor a maternidade atípica, experienciada por mulheres que têm filhos com deficiência física, transtornos neurodivergentes ou condições que demandam cuidados. Atualmente, ela também é mãe de Davi (2).
"O que mais nos sustentou foi a fé, a união e a certeza de que precisávamos ser fortes por ele. Eu e o Gabriel entendemos que não havia espaço para culpas ou disputas, estávamos no mesmo time. Criamos uma rotina de apoio mútuo: quando um desmoronava, o outro segurava. E assim fomos avançando, um dia de cada vez. Não foi fácil, e ainda não é, mas fomos encontrando, como família, nossa maneira de lidar com os desafios".
O fato de Noah ser diferente costuma despertar curiosidade na sociedade. Ao falar sobre possíveis olhares ou perguntas invasivas, Bruna Massa explica como lida com essas situações no cotidiano. "Procuro responder às perguntas das pessoas com naturalidade, porque acredito que a informação diminui o preconceito. Mas também estabeleço limites — não é tudo que precisa ser explicado. Acima de tudo, ensino o Noah a ter orgulho de quem ele é".
A maternidade atípica, no entanto, pode ser desafiadora em alguns momentos, principalmente para o matrimônio. A psicóloga reconhece que seu casamento com Gabriel precisou se adaptar para resistir. "Tivemos momentos de desgaste, como qualquer casal que enfrenta um desafio grande. Mas também tivemos um fortalecimento profundo. Aprendemos a nos comunicar melhor, a respeitar nossos limites e a nos orgulhar um do outro. Hoje vejo o Gabriel não só como meu marido, mas como um parceiro de batalha e um pai admirável. São nos momentos mais difíceis que descobrimos quem são as pessoas, e passar por esses momentos juntos, nos descobrindo juntos, nos fortaleceu muito como casal".
Em anos lidando com a condição de Noah, Bruna Massa e Gabriel entenderam que o aprendizado precisa ser constante. "Aprendemos que a vida é sobre adaptação e ressignificação. Que cada marco no desenvolvimento do Noah, por menor que pareça, é uma grande vitória. E que é possível encontrar alegria mesmo nos dias mais difíceis. Nunca imaginamos que seríamos capazes de tantas reinvenções, de tanta paciência e de amar com tanta presença. Nossa métrica sobre a vida muda muito; poucas coisas que não são relacionadas à saúde dos nossos filhos são classificadas como real problema. Adquirimos essa grande habilidade: escolher quais são os reais problemas para nós".
A psicóloga ainda comentou que a família costuma ajudar muito no desenvolvimento e criação do primogênito. O avô, Ratinho, por exemplo, apesar da correria, faz questão de estar presente sempre que pode. "Nossa família é um pilar. O Ratinho, meu sogro, tem um amor imenso pelo Noah. Apesar da correria que é a vida dele, toda semana — repito, toda semana mesmo — ele dá um jeito de visitar o Noah e de passar um tempo com ele. Isso é algo que, como mãe, me deixa muito feliz, saber que ele é muito amado por toda a família".
A hidrocefalia é uma condição que ocorre quando há acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano (LCR) nos ventrículos cerebrais. Por causa disso, pode causar, nas crianças, aumento do tamanho da cabeça e atraso no desenvolvimento; nos adultos, dores de cabeça intensas, problemas de equilíbrio, perda de memória e alterações cognitivas. O tratamento costuma envolver uma válvula para drenar o líquido e controlar a pressão. A condição pode ser congênita ou adquirida.