Neurite: entenda a doença que levou à hospitalização de Dilma Rousseff na China

Condição é tipo de vertigem aguda e pode acontecer do nada; especialista comenta

25 fev 2025 - 17h03
(atualizado às 17h40)
Foto: Reprodução/ Instagram/ @dilmarousseff

A ex-presidente Dilma Rousseff, de 77 anos, foi internada em Xangai, na China, na última sexta-feira (21/2), após apresentar sintomas de uma neurite vestibular — uma inflamação no nervo do equilíbrio, causando vertigem intensa.

Na noite de segunda-feira (24/2), a equipe de comunicação de Dilma publicou uma mensagem em seu perfil oficial no X (antigo Twitter) informando que a ex-chefe do Executivo brasileiro responde bem ao tratamento e deve receber alta nos próximos dias.

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“Dilma Rousseff passa bem e tem mantido suas atividades de trabalho normalmente durante o período internada. A presidenta agradece as mensagens de apoio e solidariedade recebidas”, diz a nota.

Desde 2023, Dilma Rousseff lidera o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco do Brics, que financia projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países integrantes do bloco. A sede da instituição está localizada em Xangai, onde a ex-presidente está hospitalizada.

De acordo com o otorrinolaringologista Dr. Márcio Salmito, presidente da Academia Brasileira de Otoneurologia da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), a neurite vestibular é um tipo de vertigem aguda.

“A vertigem aguda ocorre quando a pessoa, sem histórico de doenças do labirinto, acorda subitamente com a sensação de que tudo ao redor está girando. No caso da neurite vestibular, há uma inflamação do nervo do labirinto, causando uma parada súbita no funcionamento desse sistema”, explica Salmito.

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A causa mais comum da doença é uma infecção viral, e os sintomas incluem tontura intensa, vômitos, desequilíbrio e dificuldade para andar. O paciente geralmente precisa de atendimento médico imediato, muitas vezes em prontos-socorros.

O diagnóstico da neurite vestibular é clínico, baseado na história do paciente e em testes físicos, como o exame de movimento ocular. Em casos específicos, exames complementares, como o vídeo head impulse test, podem ser solicitados para medir o funcionamento do labirinto.

“O tratamento inicial envolve aliviar os sintomas, muitas vezes com hidratação e medicamentos para conter náuseas e tontura. Depois, utilizamos anti-inflamatórios corticoides para tratar a inflamação do nervo”, explica o especialista.

A reabilitação vestibular também é fundamental. Trata-se de uma série de exercícios específicos que estimulam a chamada compensação vestibular — um processo natural no qual o corpo reaprende a manter o equilíbrio, mesmo que o labirinto afetado não volte a funcionar perfeitamente.

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Segundo o Dr. Salmito, não há uma forma específica de prevenir a neurite vestibular. “A prevenção é a mesma para doenças virais, em geral: evitar contato próximo com pessoas doentes e manter uma boa higiene. Mas, na prática, é uma condição relativamente rara que pode acontecer com qualquer um”, conclui.

Fonte: Redação Terra
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