Mãe denuncia que foi separada de seu bebê após parto por consumir maconha

26 nov 2015 - 22h32

Uma jovem chilena denunciou nesta quinta-feira que foi separada de seu bebê pelos responsáveis de um hospital onde fez o parto após ter reconhecido que tinha consumido maconha como recomendação de uma psicoterapeuta para diminuir a dor que sofria em uma mão.

"Violaram meus direitos como mãe porque utilizei cannabis medicinal para minhas dores", declarou Cinthia Ortiz à emissora de rádio "Cooperativa".

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Ortiz, de 27 anos, relatou que chegou ao hospital Las Higueras, no sul do Chile, às 18h da quarta-feira da semana passada e que antes do parto fizeram várias perguntas quando já estava com contrações.

"Começaram a me perguntar se bebia, se fumava, eu lhes disse que não. Depois me perguntaram se consumia alguma droga e disse que não. Depois perguntaram se eu tinha certeza e então disse que havia fumado", relatou, acrescentando que foi submetida a um exame de urina e lhe passaram um papel para assinar.

"Com minhas dores não os li, apenas assinei, a única coisa que queria era terminar com o que estava me acontecendo", afirmou.

"Minha filha e nasce me dizem que vai ficar um tempinho comigo, que não posso amamentar porque tinha consumido maconha e que isso era péssimo para o bebê", continuou.

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Agora a moça continua proibida de amamentar sua filha e só pode vê-la algumas horas por dia no hospital Las Higueras da cidade de Talcahuano.

"Sinto que violaram meus direitos como mãe, que roubaram minha filha", ressaltou.

Ortiz esclareceu que utilizou esta droga "claramente por dores nos meus ossos, recomendada por uma profissional, não sou consumidora de nenhuma droga".

Por causa deste caso foi solicitado um pronunciamento do Tribunal de Família.

Por sua vez, o deputado Matías Walker indicou que "parece gravíssimo do ponto de vista da Convenção dos Direitos da Criança que um tribunal tenha impedido uma mãe de amamentar sua filha recém-nascida".

Nesta mesma linha, o deputado Ramón Farías, manifestou sua rejeição à decisão do hospital de Talcahuano de separar a mãe da menor.

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"Me parece uma situação impactante e por isso peço ao Ministério da Saúde que revise a pertinência do protocolo que aprova a separação de um recém-nascido de sua mãe", acrescentou Farías presidente da Comissão de Família da Câmara dos Deputados.

  
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