A endometriose é uma doença que afeta milhares de mulheres no mundo inteiro e pode prejudicar bastante a qualidade de vida, além de levar à infertilidade. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cerca de 10% das mulheres brasileiras sofrem com a condição.
O que é endometriose?
A endometriose é uma condição crônica que causa o crescimento de tecido semelhante ao revestimento do útero (endométrio) do lado de fora do útero, podendo atingir os ovários, tubas uterinas e outros órgãos pélvicos. O quadro causa sintomas como dor menstrual intensa, dor pélvica crônica, sangramento irregular e dificuldade para conceber.
Os principais sintomas da endometriose são:
- Dor intensa durante a menstruação;
- Dor pélvica persistente;
- Sangramento menstrual irregular;
- Dor durante as relações sexuais;
- Dificuldade para engravidar;
- Fadiga.
Endometriose causa câncer?
Muitas pessoas têm dúvidas sobre a doença e se ela pode vir a se transformar em um câncer. Alguns estudos e publicações científicas têm associado uma maior incidência de câncer de células claras de ovário em pacientes que tiveram endometriose anteriormente, explica o médico especialista em ginecologia e obstetrícia, Dr. Alexandre Silva e Silva.
"A endometriose é uma condição benigna, causadora de sintomas extremos e incapacitantes. Além disso, precisa de uma cirurgia para a remoção completa de suas lesões. No entanto, como é uma condição inflamatória, ela pode aumentar o risco de certos tumores, especialmente nos ovários", afirma o especialista.
Segundo ele, o profissional médico analisa esse risco caso a caso para determinar a melhor abordagem preventiva de tratamento da endometriose.
Tratamento contra endometriose
O tratamento para endometriose varia de acordo com a gravidade da doença e a condição da paciente. Na grande maioria dos casos, o melhor tratamento é cirúrgico para remoção completa das lesões e restauração da anatomia do aparelho reprodutor feminino, explica o ginecologista.
"Os tratamentos para endometriose são personalizados para cada paciente. Eles podem incluir o uso de medicamentos para aliviar a dor e tentar controlar o crescimento do tecido endometrial fora do útero. Além disso, a terapia hormonal pode ser uma opção para reduzir o crescimento do tecido endometrial e interromper a menstruação, mas somente a cirurgia é capaz de remover as lesões", diz o médico.
Já em casos mais avançados e graves, nos quais o útero está muito infiltrado por lesões e apresenta uma adenomiose difusa, pode ser necessária a cirurgia de remoção do útero (histerectomia). Contudo, essa indicação é considerada o último recurso do tratamento, cujo é possível prevenir com o diagnóstico precoce e tratamento regular.
O médico destaca que retirar o útero não é tratamento para a endometriose. "A doença deve ser tratada através da identificação detalhada das lesões. Isso permite uma busca ativa das mesmas durante a cirurgia para a sua completa remoção", explica o Dr. Alexandre Silva e Silva.