O chá de boldo é bastante conhecido em diferentes regiões do Brasil, principalmente em situações de desconforto digestivo. Ao longo dos anos, essa bebida ganhou espaço nas rotinas domésticas como um recurso simples e acessível. Atualmente, o interesse pelas propriedades do boldo aumentou, e muitas pessoas buscam entender de forma mais detalhada como essa planta atua no organismo.
Existem espécies diferentes chamadas popularmente de boldo, como o boldo-do-Chile (Peumus boldus) e o boldo-da-terra ou boldo-brasileiro (Plectranthus barbatus). Apesar de ambos serem usados em chás, suas composições químicas não são idênticas. Por isso, as informações sobre propriedades e cuidados costumam considerar essas diferenças, principalmente quando se fala em segurança e quantidade adequada de consumo.
Quais são as principais propriedades do chá de boldo?
A palavra-chave central aqui é chá de boldo, geralmente associada a efeitos sobre o fígado e o sistema digestivo. Estudos apontam que essa bebida apresenta compostos como alcaloides, flavonoides e óleos essenciais, que podem favorecer o funcionamento do fígado e da vesícula biliar. Uma das ações mais citadas é o estímulo à produção e à liberação de bile, o que auxilia na digestão de gorduras.
Outra propriedade frequentemente mencionada é o potencial digestivo. O chá de boldo costuma ser usado de forma tradicional em casos de sensação de peso no estômago, gases e mal-estar após refeições volumosas. Além disso, alguns trabalhos científicos descrevem atividade antioxidante ligada a certos componentes da planta, o que significa uma possível proteção contra danos causados por radicais livres nas células.
Há também relatos de efeito levemente anti-inflamatório e antiespasmódico, principalmente relacionados ao trato gastrointestinal. Essas características podem ajudar a reduzir cólicas intestinais leves e desconfortos associados a digestão lenta. Porém, especialistas destacam que o uso deve ser sempre criterioso, respeitando limites de quantidade e tempo de consumo.
Benefícios digestivos e hepáticos do chá de boldo
Quando se fala em boldo, o benefício mais citado é o apoio ao fígado. O chá de boldo é tradicionalmente utilizado como adjuvante em casos de má digestão, especialmente quando associados a refeições muito gordurosas. Ao estimular a produção de bile, ele pode facilitar o processo digestivo, contribuindo para que a digestão ocorra de forma mais eficiente.
No estômago e no intestino, o chá de boldo pode atuar reduzindo a sensação de empachamento, arrotos frequentes e excesso de gases. Esses efeitos são valorizados em situações do dia a dia, como festas, períodos de alimentação desregulada ou mudanças bruscas na rotina alimentar. Em muitos lares, o boldo é preparado logo após a refeição, em pequenas quantidades, justamente com esse objetivo.
Alguns profissionais mencionam que o uso moderado do chá de boldo pode fazer parte de estratégias complementares de cuidado em problemas digestivos leves. No entanto, é comum a recomendação de que o boldo não substitua tratamentos médicos em doenças hepáticas mais sérias, como hepatites ou cirrose, pois sua ação é limitada a um suporte digestivo e hepatobiliar e não a um tratamento completo.
- Apoio à digestão de gorduras por estímulo da bile;
- Redução de gases e desconforto abdominal leve;
- Sensação de alívio em casos de estômago pesado;
- Ação antioxidante associada a alguns de seus compostos.
Como preparar o chá de boldo de forma adequada?
O preparo do chá de boldo pode variar conforme o tipo de planta utilizado (folhas frescas ou secas). Em contexto doméstico, é comum o uso de folhas frescas do boldo-da-terra plantado em vasos ou jardins. A orientação mais citada é evitar exageros na quantidade de folhas, já que o sabor é marcante e alguns componentes, em excesso, podem causar irritação gástrica ou outros desconfortos.
- Separar de 1 a 2 folhas médias de boldo fresco, bem lavadas, ou cerca de 1 colher de chá de folhas secas;
- Ferver a água e desligar o fogo antes de adicionar as folhas;
- Colocar as folhas na água quente, tampar e aguardar de 5 a 10 minutos de infusão;
- Coar e consumir morno, sem adoçar em excesso.
Especialistas em plantas medicinais costumam reforçar a importância de não ultrapassar o consumo diário recomendado, que em muitos casos é de 2 a 3 xícaras pequenas ao dia, por períodos curtos. Em situações específicas, como gestação, amamentação, uso contínuo de medicamentos ou existência de doenças crônicas, o uso do chá de boldo deve ser avaliado por um profissional de saúde.
Quais são os cuidados e contraindicações do chá de boldo?
Apesar da fama de aliado da digestão, o chá de boldo não é isento de riscos. Certos componentes presentes, principalmente no boldo-do-Chile, podem ser tóxicos em doses elevadas, afetando o fígado e o sistema nervoso. Por isso, a automedicação prolongada com grandes quantidades de boldo não é recomendada, especialmente em pessoas com diagnóstico de doença hepática.
Gestantes, lactantes, crianças pequenas e pessoas em uso de medicamentos para fígado, pressão, anticoagulantes ou outros tratamentos contínuos devem ter atenção redobrada. Nesses casos, é indicado que o uso do chá de boldo seja discutido com médico ou nutricionista, para evitar interações medicamentosas ou sobrecarga hepática desnecessária.
Entre os possíveis efeitos indesejados do consumo excessivo de boldo estão náuseas, irritação gástrica, diarreia e mal-estar geral. Dessa forma, o chá de boldo tende a ser mais adequado como recurso pontual em situações de desconforto digestivo leve, inserido em um contexto de alimentação equilibrada e acompanhamento profissional quando necessário.
No cenário atual, com maior interesse por terapias naturais, o boldo continua sendo uma opção bastante utilizada. A diferença é que, em 2025, a orientação baseada em evidências científicas e em acompanhamento especializado vem ganhando espaço, ajudando a equilibrar tradição e segurança no uso do chá de boldo.