Mulheres em movimento: a importância do autocuidado em todos os momentos

Entenda as práticas de autocuidado para mulheres em movimento que fazem trilhas, corridas e esportes ao ar livre

8 jul 2025 - 09h00

Apesar de ser um tema recorrente nas redes sociais e entre especialistas de saúde, manter-se hidratada ainda é um desafio para muitas mulheres, especialmente durante práticas esportivas, trilhas e outras atividades ao ar livre. Entre os motivos estão a insegurança com banheiros públicos, a escassez de opções higiênicas durante os eventos e o receio de interromper a performance para buscar um local adequado. O resultado pode ser o consumo insuficiente de água e consequências como fadiga, dores de cabeça e infecções urinárias.

Entenda como equilibrar a saúde feminina, os exercícios e o frio
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Foto: Shutterstock / João Bidu

Outro aspecto pouco discutido, mas comum entre esportistas mulheres, é a incontinência urinária. Uma revisão sistemática publicada em 2024 na revista Conexões revelou que a prevalência de incontinência urinária entre mulheres praticantes de CrossFit é de aproximadamente 36%, sendo a incontinência urinária de esforço (IUE) a mais comum. Embora o estudo foque no CrossFit, os achados são relevantes para outras atividades de alto impacto, como a corrida, que também aumenta a pressão intra-abdominal e pode afetar o assoalho pélvico.

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Dica para manter a saúde e o bem-estar

E se inventassem um funil urinário, para praticidade na hora do xixi nessas atividades? Pois essa opção existe e foi criada pela Pipizito. A ferramenta pode ser um aliado importante para evitar constrangimentos, oferecendo uma forma mais prática e segura de lidar com a vontade de urinar durante treinos, provas ou aventuras. O funil urinário é biodegradável e permite que as mulheres urinem em pé com mais segurança e praticidade. O item, já popular entre viajantes e frequentadoras de festivais e trilhas, começa a ganhar espaço também no universo esportivo, como aliado da liberdade e da autonomia feminina.

Opinião da especialista

Segundo a médica do esporte Dra. Ana Paula Simões, "o funil urinário é uma opção segura, prática e higiênica para mulheres que praticam atividades ao ar livre, principalmente em locais sem banheiros adequados. Ele reduz o risco de contato com superfícies contaminadas e pode ajudar na prevenção de infecções vulvovaginais e urinárias".

Exercícios no inverno

Com a chegada do inverno e o aumento da umidade e de chuvas intermitentes, os cuidados com a saúde íntima durante os treinos ao ar livre também ganham importância. De acordo com a Dra. Ana Paula Simões, é preciso se atentar aos detalhes para que a atividade física não comprometa a saúde das corredoras."O uso prolongado de roupas molhadas e sintéticas eleva o risco de desequilíbrios da microbiota vaginal, candidíase vulvovaginal e infecções do trato urinário inferior. Por isso, mulheres ativas devem priorizar roupas íntimas de tecidos respiráveis, como algodão ou tecidos técnicos antimicrobianos, e trocar as roupas úmidas o mais rapidamente possível após o exercício".

Em treinos longos, especialmente em regiões de praia ou orla, a falta de banheiros limpos pode favorecer quadros como infecção urinária e candidíase. "A retenção urinária prolongada e o uso de banheiros públicos com higiene inadequada estão associados ao aumento de infecções do trato urinário, especialmente em mulheres, cuja uretra é mais curta. Urinar sempre que sentir vontade, manter-se hidratada e ter à mão lenços neutros são formas simples de prevenção", orienta a médica.

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Liberdade da mulher

Falar sobre hidratação, saúde pélvica e autonomia no esporte é mais do que um debate sobre performance. É uma forma de reconhecer que o bem-estar feminino começa com escuta, acolhimento e soluções reais para os desafios cotidianos das mulheres que correm, não apenas por esporte, mas por liberdade.

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