Videogames se tornam uma forma de socialização entre meninos, diz pesquisa

Os videogames se tornaram o principal espaço de convivência entre meninos, mas o excesso de tempo nas telas exige atenção e equilíbrio

12 nov 2025 - 16h18

O que antes acontecia presencialmente, agora, acontece atrás das telas. Os videogames se tornaram um dos principais pontos de socialização entre meninos e jovens adultos, segundo dados da Pesquisa Americana de Uso do Tempo. O estudo, citado pelo New York Times, mostra que o tempo dedicado aos jogos dobrou nas últimas décadas, chegando a cerca de 10 horas por semana - o maior crescimento entre todas as atividades analisadas.

Estudo mostra que jovens passam até 10 horas por semana em videogames; especialistas alertam: o desafio não é proibir, mas equilibrar
Estudo mostra que jovens passam até 10 horas por semana em videogames; especialistas alertam: o desafio não é proibir, mas equilibrar
Foto: Reprodução: Canva/Nicolas Menijes / Bons Fluidos

De brincadeira a laço social

Mais do que diversão, os games criaram um espaço de convivência virtual. É ali que adolescentes trocam ideias, se desafiam e constroem amizades. "Para muitos jovens, o ambiente virtual é o único espaço onde se sentem parte de um grupo", explicam pesquisadores consultados pelo jornal. Essa nova dinâmica transformou o videogame em um território emocional, onde a competição se mistura à sensação de pertencimento.

Publicidade

Mas essa popularização vem acompanhada de dilemas. Educadores e especialistas em comportamento alertam que o excesso de tempo diante das telas pode comprometer o desempenho escolar, reduzir o engajamento no trabalho e até gerar isolamento social. Ainda assim, é importante reconhecer que, para muitos jovens, o jogo é também um refúgio e uma forma de expressão.

A indústria e o jogo da atenção

O modelo atual dos videogames estimula longas horas de uso. Jogos gratuitos, recompensas diárias e atualizações constantes são pensados para manter o jogador conectado - e, consequentemente, aumentar o lucro das empresas. Essa lógica de engajamento contínuo, que oferece prêmios e desafios em troca de tempo online, pode facilmente se transformar em dependência, especialmente entre meninos, que se identificam com o ritmo competitivo e os rankings.

Limitar não é proibir

Apesar das preocupações, especialistas reforçam que proibir o jogo não é a solução. O caminho é o acompanhamento ativo: entender o tipo de conteúdo, definir limites de tempo e até participar das partidas. Assim, pais e responsáveis conseguem orientar o uso de forma saudável, abordando temas como assédio online, apostas virtuais e vício digital.

O videogame deixou de ser apenas entretenimento. Atualmente, ele é parte da vida social das novas gerações. Encontrar o ponto de equilíbrio entre o prazer e o controle é o desafio das famílias modernas. Jogar pode ser uma forma de relaxar, competir e se conectar, desde que venha acompanhado de consciência, limites e diálogo.

Publicidade
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações