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‘Ortopedista animal’: a veterinária que já salvou 10 mil animais de serem sacrificados

Maria Angela Panelli emprega técnicas para dar uma nova chance a bichos resgatados sem uma parte do bico, com uma pata ou asa quebrada

20 mar 2024 - 05h00
Resumo
Maria Angela Panelli, veterinária e zootecnista, que tinha acabado de abrir uma clínica, recusa-se a eutanasiar os animais que são resgatados e começa a aplicar seus conhecimentos de ortopedia para ajudar os animais, produzindo próteses de diferentes materiais.
Maria Angela Panelli
Maria Angela Panelli
Foto: Reprodução/Instagram

O trabalho de dar uma nova chance para animais se impôs na vida da médica veterinária e zootecnista Maria Angela Panelli. Com técnicas que desenvolveu, ela consegue garantir a vida de bichos resgatados em condições que, normalmente, acabariam sendo sacrificados. Panelli iniciou na carreira como zootecnista em Goiás (GO) e tinha acabado de abrir uma clínica, em parceria com outra veterinária, com uma condição: a veterinária castraria todos os animais de rua que pudessem ajudar.

Tudo ocorreu bem, mas somente por três meses, quando a veterinária desfez o combinado. “Meu sonho foi por água abaixo, eu chorei muito, fiquei chateada. Mas, hoje, eu entendo que essa moça me deu aquele pontapé no traseiro que me mandou para frente, porque, a partir daí, eu resolvi fazer veterinária e eu mesma castrar os animais de rua”, conta ela em entrevista exclusiva ao Terra. E ela fez bem mais do que isso. Maria Angela estima já ter ajudado mais de 10 mil animais em sua carreira.

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“Quando eu me mudei de Goiás para Barretos, a polícia ambiental começou a me procurar com muita frequência para eu 'eutanasiar' animais que eles resgatavam.” Os bichos chegavam para Maria Angela feridos, sem uma parte do bico, com uma pata ou asa quebrada.

Mesmo diante dessa demanda, ela se recusou a sacrificar os animais. “Eu pedia a eles autorização para que eu usasse meus conhecimentos de ortopedia para tentar salvar esses animais. Essa autorização foi concedida e foi aí que tudo começo”, revela a veterinária, que ainda afirma que boa parte dos custos saem do próprio bolso. 

Conhecida como ortopedista animal, a veterinária já atendeu diversas espécies, mas as próteses em aves são as que mais chamam a atenção. “A gente faz um planejamento clínico ou cirúrgico, dependendo da necessidade, pra deixá-lo em condições de ter uma vida confortável”, explica. 

Assim, maritacas ganham próteses no bico, por exemplo. Os materiais são diversos. Os animais que recebem peças metálicas não podem viver livres na natureza, pois não podem correr o risco de serem predados por outros. Esses são encaminhados para santuários ecológicos, zoológicos ou ONGs.

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A durabilidade das próteses pode ser de alguns anos, para aves que se alimentam de sementes, e para a vida toda, no caso de pássaros que se alimentam somente de carne. 

“Sinto uma satisfação imensa em poder devolver a possibilidade de vida boa para um animal partindo da premissa de que a vida importa para qualquer ser. Então, se a minha vida é importante para mim, qualquer ser quer viver. Antes de ser veterinária, eu amo os bichos. Depois, eu sou veterinária”, conclui. 

Fonte: Redação Terra
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