Mais de 50 países assinam declaração de fundo florestal em Belém

TFFF já assegurou pelo menos US$ 5,5 bilhões em recursos

7 nov 2025 - 07h50
(atualizado às 13h58)

Mais de 50 países assinaram a declaração de lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), iniciativa criada pelo Brasil no âmbito da COP30 e que já assegurou mais de US$ 5,5 bilhões (R$ 29,4 bilhões) em financiamento, sendo US$ 3 bilhões (R$ 16 bilhões) da Noruega.

Pavilhão que sedia a Cúpula do Clima, em Belém
Pavilhão que sedia a Cúpula do Clima, em Belém
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O projeto foi apresentado oficialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro dia da Cúpula do Clima em Belém, que antecede a COP30, e busca introduzir uma lógica de "ganha-ganha" nos instrumentos de ação climática, remunerando tanto os países que mantiverem suas florestas de pé quanto aqueles que investirem no fundo.

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Até o momento, 53 nações endossaram a declaração de lançamento do TFFF, incluindo a França, que se comprometeu com US$ 577 milhões (R$ 3,1 bilhões) até 2030, e a Indonésia, que abriga uma importante floresta tropical e prometeu US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões), assim como o Brasil.

A lista de signatários também conta com Austrália, Áustria, Bélgica, Bolívia, Canadá, China, Colômbia, Cuba, Emirados Árabes, França, Japão, Malásia, México, Nigéria, Portugal, Reino Unido, República Democrática do Congo, Suécia e União Europeia, entre outros.

O maior aporte anunciado até o momento é o da Noruega, que se comprometeu com US$ 3 bilhões pelos próximos 10 anos, desde que esse valor não represente mais de 20% do total de recursos do TFFF ? o país nórdico já é o principal financiador do Fundo Amazônia.

"O TFFF será um dos principais resultados concretos no espírito de implementação da COP30. Em poucos anos, poderemos ver os frutos desse fundo. Teremos orgulho de lembrar que foi no coração da floresta amazônica que demos esse passo juntos", disse Lula ao apresentar o instrumento na última quinta-feira (6).

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Para a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, "o lançamento do TFFF na COP30 é um divisor de águas na história da conservação das florestas tropicais". "Pela primeira vez, temos um mecanismo global que reconhece o valor dos serviços ecossistêmicos das florestas e oferece incentivos permanentes para sua preservação. É uma conquista coletiva que coloca o Brasil no centro da construção de soluções climáticas duradouras", acrescentou.

O TFFF será administrado pelo Banco Mundial e tem como meta arrecadar pelo menos US$ 125 bilhões, sendo US$ 25 bilhões em capital soberano dos próprios países e US$ 100 bilhões de investidores institucionais.

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