Não só de coxinha de R$ 30 se vive na COP, que começou oficialmente nesta segunda-feira, dia 10, em Belém. Se o encontro de líderes preliminar (a Cúpula do Clima) assustou com o preço na Zona Azul, agora, com a estrutura totalmente liberada, há mais opções de alimentação -- e mais baratas.
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Enquanto em alguns lugares R$ 40 compram apenas um salgado, em outros é possível fazer uma refeição completa, com direito a suco e sobremesa. Essa segunda opção tem se tornado a queridinha de quem está na COP.
A opção mais popular é o Restaurante da Sociobio, localizado no Hangar — uma estrutura acoplada à Zona Azul e acessível pelo início da área dos pavilhões. O local oferece refeições agroecológicas e, segundo participantes ouvidos pela reportagem, a escolha agrada em todos os âmbitos.
De longe, é o ponto mais disputado, com longas filas e refeitório lotado -- com forte presença de trabalhadores que estão atuando em obras pela COP ou representando empresas e iniciativas.
Uma delas contou que nem olhou as outras opções, pois sabia que lá teria o melhor custo-benefício, além de que também queria apoiar o projeto.
Apesar do sucesso, um representante do restaurante relatou à reportagem que a gestão enfrenta problemas logísticos graves no abastecimento de insumos, com falhas na comunicação e nos direcionamentos da organização da COP.
Ele explicou que o Restaurante da Sociobio foi contratado inicialmente apenas para alimentar voluntários e empregados, mas que, devido ao alto fluxo, a organização solicitou que abrissem o atendimento ao público em geral, o que, apesar de ser positivo, gerou impactos no serviço.
O Terra acionou a COP30 em busca de um posicionamento sobre a questão. O espaço segue aberto e será atualizado em caso de retorno.
E mais onde dá pra comer?
Durante a Cúpula do Clima, encontro de líderes globais que também aconteceu aqui na Zona Azul, alguns preços viraram motivo de piada entre os participantes: como a àgua a R$ 25 e a fatia de bolo a R$ 40.
Mas a COP, de verdade, começou agora. E por mais que, realmente, tenham preços acima do encontrado no mercado, não é tudo a ferro e fogo. Agora há mais setores liberados, e mais opções. Chega a ser fácil "se perder" na Zona Azul de tão grande, visto que o espaço conta com cerca de 500 mil metros quadrados.
Para além do Restaurante da Sociobio, há mais alternativas na parte do Hangar. Lá há uma espécie de praça de alimentação, até com rede de fast food.
Ao longo da Zona Azul há ainda mais cinco lanchonetes distribuídas pelo corredor principal, mais duas na sala de imprensa, e isso fora o centro gastronômico mais ao fundo -- onde há quiosques de vendas e uma espécie de shopping.
Cada um deles conta com uma proposta específica e exaltam, principalmente, a culinária do Pará e de comunidades originárias. E mesmo os pontos com valores mais altos não estão deixando de vender: no horário do almoço, por exemplo, as filas foram longas em todos os lugares.
Para comer na COP30 é preciso adquirir um cartão temporário, que é usado de forma universal no evento -- e, para isso, basta retirá-lo com um dos vendedores com roupas amarelas e placa de 'caixa' espalhados pelo evento. Depois, só recarregar.
Mas em poucas horas do primeiro dia, em meio ao alto fluxo de pessoas, vendedores deste posto de trabalho relataram que a maior parte dos 'amarelinhos' ficaram sem cartões em mãos, conseguindo apenas fazer recargas. Uma funcionária relatou ao Terra ter recebido a informação de que, no início da tarde, 100 mil cartões do tipo já foram distribuídos.
Já para quem quer economizar, também é possível trazer lanches na mochila -- de preferência em embalagens lacradas. Segundo os seguranças da entrada, apenas líquidos não são permitidos.
*A repórter Beatriz Araujo viajou a Belém com apoio do ClimaInfo.