COP30 tem tentativa de invasão e crítica de governador da Califórnia a Trump

Segundo dia da cúpula também foi marcado pelo anúncio de Bradesco e BNDES de criação de uma nova certificadora de crédito de carbono

11 nov 2025 - 22h29
(atualizado em 12/11/2025 às 08h15)
Resumo
O segundo dia da COP30 foi marcado por protestos na Zona Azul, críticas do governador da Califórnia ao governo Trump sobre mudanças climáticas e o lançamento de uma nova certificadora de crédito de carbono pelo Bradesco e BNDES.

O segundo dia da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP30), em Belém, nesta terça-feira, 11, foi marcado por quebra-quebra e tentativa de invasão à Zona Azul.

Vídeos obtidos pela reportagem do Estadão mostram os manifestantes gritando palavras de ordem em defesa da taxação de grandes fortunas, enquanto seguranças tentam retirá-los da Zona Azul. Alguns manifestantes subiram em mesas com faixas de protesto. Outros empunhavam bandeiras, bastões, megafones, arcos e flechas.

Publicidade

Antes, os holofotes estavam voltados para o governador da Califórnia, Gavin Newsom. Ele criticou a ausência dos Estados Unidos das discussões climáticas e classificou a postura do governo Donald Trump como "burra".

O dia também foi marcado pelo anúncio de Bradesco e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com as empresas Ecogreen e Aecom, de uma nova certificadora de crédito de carbono, batizada de Ecora.

Manifestantes tentam invadir área da ONU

O Bradesco e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com as empresas Ecogreen e Aecom, anunciaram nesta terça-feira, 11, uma certificadora de crédito de carbono, batizada de Ecora. A informação havia sido antecipada pelo Estadão/Broadcast.

Publicidade

O valor investido no projeto não foi divulgado. Segundo o presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, outros dois parceiros devem entrar na empresa. Apenas depois disso, o aporte será anunciado. Também não foram divulgadas as participações de cada sócio no projeto. Os fundadores são o Bradesco e a Ecogreen, que assinaram um memorando de entendimento com o BNDES.

Nobel de Economia sugere que compensação caia na conta de moradores de países afetados

COP em Belém reúne inscritos de 194 países.
COP em Belém reúne inscritos de 194 países.
Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO / Estadão

Prêmio Nobel de Economia em 2019, a francesa Esther Duflo apresentou nesta terça-feira, 11, na COP30, sua proposta do "Pix do Clima" ou o que também poderia ser entendido como um Bolsa família climático. A ideia é que os adultos dos países mais afetados pelas mudanças climáticas recebam US$ 3 por dia, complementados por uma transferência extra a cada dez anos. Em troca, esses países adotariam mecanismos de precificação de carbono, ou seja, os emissores de gases desses países pagariam para poluir.

O mecanismo, desenvolvido em parceria com o marido dela, Abhijit Banerjee (também Nobel de Economia em 2019), e com Michael Greenstone, professor na Universidade de Chicago e conselheiro-chefe de economia do governo de Barack Obama, foi batizado de FAIR (justo em inglês, mas cujas iniciais significam previsível, automático, imediato e regular). "Mas, nos últimos, ele recebeu o apelido 'Pix do Clima'", disse, rindo, Duflo em sua apresentação — da qual também participou o presidente da Vale, Gustavo Pimenta.

COP no Brasil tem 56 mil inscritos

Conferência climática da ONU é realizada em Belém; sede do próximo ano ainda não foi definida.
Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO / Estadão

A Convenção-Quadro da ONU sobre a Mudança do Clima (Unfccc) divulgou que a conferência em Belém teve 56.118 inscritos, de 194 países. Destes, 13.948 são funcionários do evento, da ONU, seguranças e voluntários, 13.402 de organizações observadoras e 23.509 de partes/Estados observadores.

Publicidade

Dados das Nações Unidas sobre a participação em COPs anteriores mostram que a participação mais alta registrada até agora foi na COP28, realizada em 2023 em Dubai (Emirados Árabes). Na ocasião, o quórum foi de 70 mil, entre delegações dos países, observadores (ONGs, jovens, entidades empresariais, sindicais, agrícolas, ambientalistas e científicas), imprensa e representantes da ONU.

COP de 2027 já tem sede - mas impasse sobre o ano que vem continua

Mesmo sem definição sobre o país-sede da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP31) para o ano que vem, a edição de 2027 já tem um endereço. Na tarde desta terça-feira, 11, o grupo de países africanos submeteu formalmente à Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) a indicação da Etiópia para sediar a 32ª Conferência.

Segundo o secretário de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Ministério da Agricultura da Etiópia, Addisu Negash, o país foi chancelado pelos vizinhos.

O endereço da COP31 ainda não está certo porque os países do grupo ocidental da UNFCC (Europa Ocidental e outras) assistem a uma disputa entre Turquia e Austrália. Na COP30, os dois gigantes são vizinhos. Os dois pavilhões ficam colados um ao outro no corredor principal da zona azul.

Publicidade

Gilberto Gil e Cacique Raoni trocam saberes: 'Consciência de pertencer à natureza'

Enquanto na Zona Azul da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP30) negociadores travam longas conversas para chegar a acordos sobre o combate às mudanças climáticas, em uma casa na região central de Belém o consenso chegou de forma inesperada: o cantor Gilberto Gil e Cacique Raoni concluíram que não tinham muito a dizer.

Durante cerca de 20 minutos, nesta terça-feira, 11, Gil e Raoni falaram sobre a relação com a natureza e a importância de proteger o meio ambiente da devastação. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, também participou do evento, que foi organizado pela entidade Conservação Ambiental.

Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações