O Parlamento da Ucrânia aprovou um projeto de lei nesta quarta-feira (8) que permite que presos cumprindo pena no país sejam recrutados pelas Forças Armadas em troca de anistia por seus crimes. O texto foi aprovado em segunda leitura, com 279 votos a favor.
A medida exclui detentos condenados por crimes graves, como homicídio, violência sexual e atentados à segurança nacional, e surge em um momento em que Kiev busca mobilizar mais soldados para enfrentar a Rússia.
O recrutamento de presidiários não é novo no conflito ucraniano. Em 2022, a Rússia autorizou o Grupo Wagner a recrutar homens de prisões russas, oferecendo salários, anistia para crimes e indenizações para as famílias. No entanto, desertores relataram serem enviados para o front sem treinamento ou equipamento adequado, e que eram ameaçados de morte se desertassem.
Ucrânia luta para repor as fileiras
Em meio a dois anos de guerra, com uma série de derrotas para as forças russas, a Ucrânia está tentando repor suas fileiras. Em abril, na tentativa de ampliar o recrutamento, a idade mínima para o alistamento obrigatório foi reduzida de 27 para 25 anos.
Kiev também suspendeu serviços consulares para homens ucranianos entre 18 e 60 anos no exterior, como uma maneira de incentivá-los a retornar ao país e se juntar às forças de defesa, além de ajudar na economia local. O governo aumentou a fiscalização, especialmente em áreas de fronteira, para evitar que possíveis recrutas deixem o país.
O país enfrenta pressões de famílias aguardando a identificação dos corpos de seus entes queridos, muitas vezes em necrotérios lotados ou áreas inacessíveis do campo de batalha.
Oficialmente, o governo ucraniano não revela o número de soldados desaparecidos em ação, que frequentemente são considerados mortos não identificados. Em fevereiro, em uma rara declaração, o presidente Volodymyr Zelensky
estimou o número de soldados mortos em 31 mil, porém estimativas dos EUA sugerem que 70 mil tenham morrido até agosto.
Russia can only be forced to leave Ukraine alone. And it will happen. Our strength will undoubtedly help us achieve this. The strength of our people, our military strength, our unity with partners, their own strength, and the strength of our diplomacy.
I am grateful to everyone… pic.twitter.com/w7ZB66p7wi
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) May 4, 2024