‘Parar as bombas não é o suficiente’, diz ativista Thiago Ávila sobre acordo de paz em Gaza

Ao Terra Agora, ele falou sobre a prisão em Israel após barco de ajuda humanitária ser interceptado e comentou as atualizações do conflito

9 out 2025 - 18h54
(atualizado às 20h40)
Thiago Ávila foi entrevistado no programa Terra Agora nesta quinta-feira, 9
Thiago Ávila foi entrevistado no programa Terra Agora nesta quinta-feira, 9
Foto: Reprodução/Youtube/Terra Agora

“É sempre um alívio pensar que essas bombas podem deixar de cair. O problema é que só parar as bombas não é o suficiente. A gente sabe que a Palestina não vive em paz há muitas décadas”, afirmou o ativista Thiago Ávila, em entrevista ao Terra Agora, ao comentar o acordo de paz que está sendo firmado em Gaza nesta quinta-feira, 9. 

Segundo o ativista, só haverá paz verdadeira quando acabar o “processo de limpeza étnica” e o “Estado colonial”. “O que a gente busca é justiça naquela região. E a justiça, ela depende de outros fatores que não apenas parar as bombas. Dizer que a paz chegou na Palestina, é dizer que a Palestina vive em paz antes de outubro de 2023, o que não é verdade”, complementou.

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O Plano de Paz em Gaza foi revelado na noite de quarta-feira, 8, pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. "Tenho muito orgulho em anunciar que Israel e o Hamas assinaram a primeira fase do nosso Plano de Paz. Isso significa que TODOS os reféns serão libertados em breve e Israel retirará suas tropas para uma linha acordada, como os primeiros passos em direção a uma paz forte, duradoura e eterna", escreveu, em suas redes sociais.

A partir disso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chegou a anunciar que convocaria nesta quinta-feira o governo israelense para aprovar o acordo com o Hamas."Um grande dia para Israel", declarou, também em comunicado na web.

Em paralelo, o Hamas também confirmou a existência do acordo. "Apreciamos profundamente os esforços dos nossos irmãos mediadores no Catar, Egito e Turquia. Também valorizamos os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, que busca o fim definitivo da guerra e a retirada completa da ocupação da Faixa de Gaza", escreveram em nota. O grupo ainda apelou para mediadores norte-americanos e árabes para que "obriguem" Israel a cumprir o acordo.

Retorno ao Brasil

Treze brasileiros do Global Sumud detidos por Israel chegaram ao Brasil nesta quinta-feira, após terem o barco interceptado pela marinha israelense ao tentarem levar ajuda humanitária a Gaza. Depois da interceptação, os brasileiros foram levados a centros de detenção em Israel, onde, conforme contam, as condições eram precárias. 

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Thiago faz parte do grupo que foi libertado após intervenção diplomática do governo brasileiro por meio da embaixada em Tel Aviv. 

Por mais que não tenham conseguido abrir o corredor humanitário, o ativista explicou que a mobilização militar contra a embarcação que ele estava fez com que Gaza ficasse "sozinha" pela manhã, o que fez com que o povo palestino conseguisse pescar. "Os relatos que a gente tem é que a pescaria naquele dia foi suficiente e talvez maior do que a capacidade de alimentos que a gente podia ter levado. Foi um alívio poder ver isso", contou.

Fonte: Portal Terra
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