Presa por 8 de Janeiro é investigada por abuso sexual e psicológico contra crianças

Presa por atos do 8 de janeiro é investigada pela polícia por abuso físico, psicológico e sexual contra crianças no interior de SP

25 jun 2025 - 09h16
Presa por 8 de Janeiro é investigada por abuso sexual e psicológico contra crianças
Presa por 8 de Janeiro é investigada por abuso sexual e psicológico contra crianças
Foto: Reprodução/ Facebook / Contigo

Marlúcia Ramiro, de 63 anos, está no centro de uma série de investigações criminais, incluindo sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e acusações de violência contra duas crianças em Buritizal, interior de São Paulo. Segundo denúncia apresentada pela mãe das vítimas, as agressões teriam ocorrido entre agosto e dezembro daquele ano, período em que Marlúcia estava foragida da Justiça. Presa em dezembro de 2023, ela atualmente cumpre prisão domiciliar por decisão do STF, enquanto aguarda julgamento.

A mãe das crianças, uma profissional de marketing de 36 anos, relatou ao jornal O Globo que Marlúcia se ofereceu para cuidar das meninas, então com 2 e 8 anos, alegando dificuldades financeiras. No entanto, o convívio rapidamente se transformou em um pesadelo. A filha mais nova, diagnosticada com autismo, passou a apresentar hematomas e comportamentos incomuns, como choro constante e recusa em se alimentar. Já a mais velha, com TDAH, tornou-se retraída e demonstrava medo excessivo.

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Testemunhas próximas reforçaram as suspeitas. Uma prima das crianças afirmou ter visto Marlúcia sacudir a bebê violentamente e jogá-la no chão, alegando ser uma "brincadeira". Em outro episódio, os próprios sobrinhos da mãe insinuaram que a acusada restringia a alimentação das meninas. Ao ser questionada, a filha mais velha revelou uma rotina de abusos: era trancada do lado de fora de casa, privada de água e comida, e sofria agressões verbais. "Ela me chamava de burra e dizia que eu nunca aprenderia a ler", contou a criança.

As investigações tomaram um rumo ainda mais grave quando a menina mais velha relatou possíveis abusos sexuais contra a irmã. Segundo seu depoimento, Marlúcia teria fotografado e filmado as partes íntimas da bebê. A mãe notou mudanças alarmantes no comportamento da filha caçula, que passou a introduzir objetos no próprio corpo e tocar outras pessoas de forma inapropriada. Diante das novas provas, o caso foi reclassificado como crime hediondo e transferido para a Justiça Criminal.

OUTRO LADO

Marlúcia nega todas as acusações, e sua defesa alega perseguição política e retaliação financeira. No entanto, sua trajetória controversa inclui antecedentes criminais, como uma acusação por crimes contra a honra em Guarulhos. Ex-vizinhas a descrevem como uma pessoa conflituosa, que mantinha relações familiares instáveis e se envolveu ativamente em manifestações bolsonaristas. "Ela sempre se achou superior por fazer campanha para Bolsonaro", afirmou uma moradora que preferiu não se identificar.

Além do caso de maus-tratos, Marlúcia responde por crimes como tentativa de golpe de Estado e destruição de patrimônio público, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão. Atualmente em regime domiciliar, ela está proibida de usar redes sociais e manter contato com outros investigados. O Ministério Público considera a hipótese de aumento da pena diante das novas provas, enquanto a família das vítimas aguarda justiça. "Ela destruiu a inocência das minhas filhas", desabafou a mãe. O caso segue sob sigilo, e a sentença final ainda não tem data prevista.

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