Von der Leyen sobrevive a moção, mas expõe tensões na UE

Parlamento Europeu barrou texto que pedia saída da presidente

10 jul 2025 - 08h17
(atualizado às 09h55)

O Parlamento da União Europeia rejeitou nesta quinta-feira (10) uma moção de desconfiança contra a presidente do Executivo do bloco, Ursula von der Leyen, apresentada por partidos de extrema direita.

Ursula von der Leyen acusou 'forças externas' de tentarem 'desestabilizar' a UE
Ursula von der Leyen acusou 'forças externas' de tentarem 'desestabilizar' a UE
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A medida precisava de uma maioria qualificada de dois terços para ser aprovada, mas recebeu o apoio de apenas 175 eurodeputados, enquanto 360 votaram contra, e 18 se abstiveram. Ao todo, 553 parlamentares participaram da votação.

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Apesar de ter sido barrada, a moção expôs as tensões na coalizão que mantém Von der Leyen no poder, sobretudo na centro-esquerda, que critica recuos da Comissão Europeia na área ambiental para agradar a seu grupo político, o conservador Partido Popular Europeu (PPE).

Em seu perfil no X, a presidente agradeceu pelo voto de confiança e disse que, "em um momento de imprevisibilidade e volatilidade global, a UE precisa de força, visão e capacidade de agir".

"À medida que forças externas buscam nos desestabilizar e dividir, é nosso dever responder de acordo com nossos valores", declarou a alemã, que havia definido os autores da moção como "amigos" do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Apresentada pelo eurodeputado romeno de extrema direita Gheorghe Piperea, a moção dizia respeito a mensagens trocadas entre Von der Leyen e o CEO da farmacêutica Pfizer, Albert Bourla, para negociar a aquisição de vacinas durante a pandemia de Covid-19, que a Comissão Europeia se negou a divulgar.

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Nos dias anteriores à votação, os grupos Socialistas e Democratas (S&D), de centro-esquerda, e Renovar Europa, de orientação liberal, que integram a coalizão de Von der Leyen, ameaçaram se abster, descontentes com recuos nas áreas social e ambiental e com alianças de ocasião entre o PPE e a extrema direita para aprovar projetos no Europarlamento.

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