A polícia do estado de Telangana, no sul da Índia, divulgou nesta terça detalhes sobre a trajetória de Sajid Akram, natural de Hyderabad, que deixou o país há quase três décadas. Segundo comunicado oficial, Akram emigrou para a Austrália em novembro de 1998, em busca de oportunidades de trabalho.
De acordo com informações fornecidas por familiares, o contato com a família em Hyderabad foi escasso ao longo desses 27 anos. "Ele viajou para a Índia seis vezes depois de emigrar, principalmente por motivos familiares, como questões imobiliárias e visitas aos pais idosos", informou a polícia de Telangana. No entanto, Akram não retornou ao país quando o pai faleceu.
As autoridades indianas ressaltaram que não há registros negativos sobre Akram enquanto viveu na Índia. "Os familiares afirmam não ter conhecimento de sua mentalidade ou atividades radicais, nem das circunstâncias que levaram à sua radicalização", acrescentou o comunicado.
A polícia indiana também destacou que os fatores que levaram à radicalização de Sajid Akram e de seu filho, Naveed, "parecem não ter nenhuma ligação com a Índia ou qualquer influência local em Telangana".
Motivação ideológica extremista
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, indicou que os autores do ataque foram provavelmente "motivados pela ideologia" do grupo Estado Islâmico.
Na noite de domingo (14), Sajid e Naveed Akram dispararam pelo menos 40 vezes durante cerca de dez minutos contra frequentadores da praia de Bondi, matando 15 pessoas e deixando 42 feridas. As vítimas participavam da festa judaica de Hanukkah ao longo da praia. Esta festa judaica é celebrada durante oito dias, com a iluminação de um candelabro de nove velas (oito para os dias da festa e uma auxiliar), comidas típicas e jogos tradicionais.
Outra informação divulgada sobre o caso é que pai e filho passaram o mês de novembro nas Filipinas, de acordo com o serviço de imigração do país. O destino dos dois homens era a região a ilha de Mindanao, no sudeste das Filipinas. Em 2014, Manila assinou um acordo de paz com a Frente Moro de Libertação Islâmica, pondo fim à insurgência armada que começou na década de 1970 no sul do país. Mas pequenos grupos de combatentes islâmicos, contrários ao acordo de paz, permanecem ativos na ilha de Mindanao.
Com AFP