Tufão Kalmaegi atinge o Vietnã após deixar mais de 140 mortos nas Filipinas

O tufão Kalmaegi atingiu na noite de quinta-feira (6) a zona costeira do centro do Vietnã, com ventos que atingiram 149 km/h, anunciou o Ministério do Meio Ambiente do país, levando à retirada de milhares de pessoas. Antes de chegar ao país, sua passagem pelas Filipinas causou mais de 140 mortes.

6 nov 2025 - 11h47

O tufão Kalmaegi atingiu na noite de quinta-feira (6) a zona costeira do centro do Vietnã, com ventos que atingiram 149 km/h, anunciou o Ministério do Meio Ambiente do país, levando à retirada de milhares de pessoas. Antes de chegar ao país, sua passagem pelas Filipinas causou mais de 140 mortes.

Uma imagem capturada por um drone mostra um homem atravessando uma rua lamacenta onde carros ficaram empilhados após serem arrastados pelas enchentes causadas pelo tufão Kalmaegi, que atingiu um bairro em Bacayan, na cidade de Cebu, nas Filipinas, em 5 de novembro de 2025.
Uma imagem capturada por um drone mostra um homem atravessando uma rua lamacenta onde carros ficaram empilhados após serem arrastados pelas enchentes causadas pelo tufão Kalmaegi, que atingiu um bairro em Bacayan, na cidade de Cebu, nas Filipinas, em 5 de novembro de 2025.
Foto: REUTERS - Eloisa Lopez / RFI

"A tempestade está atualmente nas províncias de Dak Lak e Gia Lai", informou o ministério em comunicado, no momento da chegada do tufão. Nas áreas costeiras, especialmente em Gia Lai, mais de 7 mil moradores deixaram suas casas.

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Em Quy Nhon Nam, próximo ao ponto de entrada do tufão, autoridades passaram de porta em porta para alertar os habitantes. "Não sou mais jovem e não quero arriscar minha vida", disse Tran Thi Nghia, de 56 anos, ao sair de casa a pedido das autoridades. Muitas mulheres idosas e crianças buscaram abrigo em uma escola local, levando esteiras, travesseiros e cobertores para passar a noite.

Às 16h (horário local), o tufão estava a cerca de 90 km da costa, com ondas previstas de até oito metros. A região ainda se recupera de uma semana de chuvas recordes e inundações que deixaram ao menos 47 mortos e afetaram locais históricos.

O chefe de Estado, To Lam, interrompeu uma sessão do Comitê Central do Partido Comunista para que os funcionários pudessem retornar às suas casas. Moradores fugiram em motos, levando água e roupas. "Só tenho medo das chuvas fortes, que podem causar grandes enchentes", disse Thanh, de 53 anos, que decidiu permanecer em sua casa de concreto, mas enviou os filhos para a casa de parentes.

Escolas e aeroportos fechados

Escolas foram fechadas nas províncias de Gia Lai e Quang Ngai, e ao menos cinco aeroportos suspenderam suas operações, com dezenas de voos desviados. Os 200 km de litoral e os 2.300 rios tornam o Vietnã especialmente propenso a inundações. Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas, desastres naturais já causaram 279 mortes ou desaparecimentos neste ano, além de prejuízos superiores a US$ 2 bilhões.

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Nas Filipinas, Kalmaegi foi o tufão mais mortal de 2025, com ao menos 142 mortos e 127 desaparecidos após inundações violentas. Na província de Cebu, a mais atingida, cidades inteiras foram submersas e cerca de 500 mil pessoas continuam deslocadas. Em Liloan, jornalistas relataram carros empilhados pelas águas e telhados arrancados, enquanto moradores tentavam limpar a lama.

O presidente filipino Ferdinand Marcos declarou "estado de catástrofe nacional", liberando fundos para ajuda humanitária. "Infelizmente, outro tufão está a caminho e pode ser ainda mais forte", disse ele, referindo-se ao Fung-Wong, o 21º a atingir o arquipélago este ano. Especialistas alertam que o aquecimento global causado pela atividade humana torna os eventos climáticos extremos mais frequentes, letais e destrutivos.

Com informações da AFP

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