O tufão Kalmaegi atingiu na noite de quinta-feira (6) a zona costeira do centro do Vietnã, com ventos que atingiram 149 km/h, anunciou o Ministério do Meio Ambiente do país, levando à retirada de milhares de pessoas. Antes de chegar ao país, sua passagem pelas Filipinas causou mais de 140 mortes.
"A tempestade está atualmente nas províncias de Dak Lak e Gia Lai", informou o ministério em comunicado, no momento da chegada do tufão. Nas áreas costeiras, especialmente em Gia Lai, mais de 7 mil moradores deixaram suas casas.
Em Quy Nhon Nam, próximo ao ponto de entrada do tufão, autoridades passaram de porta em porta para alertar os habitantes. "Não sou mais jovem e não quero arriscar minha vida", disse Tran Thi Nghia, de 56 anos, ao sair de casa a pedido das autoridades. Muitas mulheres idosas e crianças buscaram abrigo em uma escola local, levando esteiras, travesseiros e cobertores para passar a noite.
Às 16h (horário local), o tufão estava a cerca de 90 km da costa, com ondas previstas de até oito metros. A região ainda se recupera de uma semana de chuvas recordes e inundações que deixaram ao menos 47 mortos e afetaram locais históricos.
O chefe de Estado, To Lam, interrompeu uma sessão do Comitê Central do Partido Comunista para que os funcionários pudessem retornar às suas casas. Moradores fugiram em motos, levando água e roupas. "Só tenho medo das chuvas fortes, que podem causar grandes enchentes", disse Thanh, de 53 anos, que decidiu permanecer em sua casa de concreto, mas enviou os filhos para a casa de parentes.
Escolas e aeroportos fechados
Escolas foram fechadas nas províncias de Gia Lai e Quang Ngai, e ao menos cinco aeroportos suspenderam suas operações, com dezenas de voos desviados. Os 200 km de litoral e os 2.300 rios tornam o Vietnã especialmente propenso a inundações. Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas, desastres naturais já causaram 279 mortes ou desaparecimentos neste ano, além de prejuízos superiores a US$ 2 bilhões.
Nas Filipinas, Kalmaegi foi o tufão mais mortal de 2025, com ao menos 142 mortos e 127 desaparecidos após inundações violentas. Na província de Cebu, a mais atingida, cidades inteiras foram submersas e cerca de 500 mil pessoas continuam deslocadas. Em Liloan, jornalistas relataram carros empilhados pelas águas e telhados arrancados, enquanto moradores tentavam limpar a lama.
O presidente filipino Ferdinand Marcos declarou "estado de catástrofe nacional", liberando fundos para ajuda humanitária. "Infelizmente, outro tufão está a caminho e pode ser ainda mais forte", disse ele, referindo-se ao Fung-Wong, o 21º a atingir o arquipélago este ano. Especialistas alertam que o aquecimento global causado pela atividade humana torna os eventos climáticos extremos mais frequentes, letais e destrutivos.
Com informações da AFP