A estatal petrolífera venezuelana PDVSA foi alvo de um ataque cibernético organizado pelos Estados Unidos e por conspiradores da Venezuela, informaram a empresa e o Ministério do Petróleo do país em um comunicado divulgado nesta segunda-feira.
Eles acrescentaram que as operações não foram afetadas, embora quatro fontes tenham afirmado que os sistemas permaneceram inoperantes, afetando as entregas de petróleo.
O ataque surge em meio ao avanço das tensões entre os governos dos EUA e da Venezuela.
A escalada inclui um aumento da presença militar norte-americana no sul do Caribe, ataques contra supostos barcos de narcotráfico que mataram cerca de 80 pessoas e declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, de que operações terrestres podem começar em breve na Venezuela. Já o governo venezuelano acusa os EUA de buscarem uma mudança de regime para assumir o controle das vastas reservas de petróleo do país.
A apreensão de um navio-tanque na semana passada -- a primeira captura de carga de petróleo venezuelana pelos EUA desde a imposição de sanções, em 2019 -- já levou a uma queda acentuada nas exportações de óleo da Venezuela. Isso atingiu também Cuba, que enfrenta uma crise e cortes diários de energia.
O ataque, perpetrado por "interesses estrangeiros em conluio com entidades nacionais que buscam destruir o direito do país ao desenvolvimento energético soberano", foi repelido graças à equipe da PDVSA, afirmou o comunicado. O texto acrescentou que o ataque faz parte dos esforços dos EUA para controlar o petróleo da Venezuela por meio da "força e da pirataria".
O Departamento de Estado dos EUA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O comunicado não forneceu mais detalhes sobre o ataque. O governo da Venezuela costuma atribuir problemas como apagões a conspiradores da oposição e a entidades estrangeiras como a CIA, sem apresentar provas.
Mas fontes afirmaram que os efeitos ainda estavam em curso.
"Não há entrega (de cargas), todos os sistemas estão inoperantes", disse uma fonte da empresa.
Outras fontes disseram que a PDVSA ordenou que os funcionários administrativos e operacionais se desconectassem dos sistemas da empresa e limitassem o acesso de trabalhadores indiretos às instalações da PDVSA.
