O papa Leão XIV recebeu nesta segunda-feira (22), no Vaticano, o cardeal guineense Robert Sarah, em meio às pressões do clero conservador para o pontífice reverter a autorização dada por Francisco para padres e bispos abençoarem casais homoafetivos.
Prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino, Sarah é um dos principais críticos das aberturas de Jorge Bergoglio ao acolhimento da comunidade LGBTQIA+ na Igreja Católica, mas o teor da reunião com Robert Prevost não foi divulgado.
Há cerca de 10 dias, o cardeal defendeu publicamente que o documento do papa Francisco autorizando bênçãos a uniões homoafetivas deveria ser "esquecido" por ser "teologicamente fraco e injustificado".
"Ele põe em risco a unidade da Igreja", afirmou o religioso da Guiné, que também é crítico das restrições impostas por Bergoglio ao uso do rito tradicionalista ? em latim e com o padre de costas para os fiéis ? em missas. "Pergunto-me se é possível 'proibir' um rito com mais de mil anos", ironizou Sarah.
Nas últimas semanas, representantes do clero conservador têm intensificado a pressão para Leão XIV, no poder há apenas três meses, reverter o aval para bênçãos a casais homoafetivos e permitir a missa com o rito tradicionalista.
Questionado sobre os católicos LGBTQIA+ em uma entrevista recente, o Papa disse que a Igreja está aberta para "todos", mas declarou que seu objetivo é não aprofundar divisões no clero.