Kerry anuncia compromissos para reduzir tensão em Jerusalém

13 nov 2014 - 22h39

O chefe da diplomacia americana, John Kerry, reuniu-se, na quinta-feira, com os líderes palestino, israelense e jordaniano para tentar reduzir a tensão em Jerusalém Oriental, onde houve novos confrontos ao longo do dia.

<p>O secretário de Estado norte-americano, John Kerry (esquerda), e o chanceler da Jordânia, Nasser Judeh, concedem entrevista coletiva em Amã</p>
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry (esquerda), e o chanceler da Jordânia, Nasser Judeh, concedem entrevista coletiva em Amã
Foto: Muhammad Hamed / Reuters

Depois de se encontrar com o presidente palestino, Mahmud Abbas, o secretário de Estado americano se reuniu em Amã com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e com o rei Abdullah II, da Jordânia.

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Após as conversas em Amã, John Kerry anunciou que foram obtidos compromissos para reduzir a tensão entre israelenses e palestinos. Kerry revelou à imprensa que foram obtidos "firmes compromissos" para se manter o "status quo" em Jerusalém Oriental anexada por Israel.

Durante a reunião, "discutiram sobre as medidas para restaurar a calma e reduzir as tensões em Jerusalém", declarou a porta-voz adjunta do Departamento de Estado americano, Marie Harf.

O encontro tinha como objetivo "estabelecer as condições propícias para relançar as negociações de paz entre as partes palestina e israelense", acrescentou o Palácio Real jordaniano. O secretário de Estado acrescentou que Israel e Jordânia, responsáveis pela custódia da Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, estão dispostos a dar passos para reduzir a tensão e "restabelecer a confiança".

Os palestinos estão preocupados com as reivindicações de uma minoria judia extremista, que exige o direito de rezar na Esplanada das Mesquitas, terceiro lugar santo do Islã. Temem que Netanyahu acabe cedendo à pressão, ainda que o primeiro-ministro tenha repetido, várias vezes, que não tem a intenção de modificar o "status quo".

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Além disso, os palestinos acusam Israel de ter profanado o lugar ao impor restrições de acesso aos muçulmanos, ao permitir a entrada da polícia na mesquita de Al-Aqsa e ao fechar completamente a Esplanada, como aconteceu em 30 de outubro, pela primeira vez em anos.

Em Amã desde quarta-feira, o presidente Abbas também se reuniu com o rei jordaniano e com Kerry para tratar das tensões em Jerusalém Oriental.

Durante sua reunião com Kerry, o rei Abdullah II garantiu que a Jordânia continuará "suas negociações e consultas" para "relançar o processo de paz sobre o estatuto final" dos territórios palestinos - de acordo com um comunicado da Casa Real jordaniana.

O rei insistiu em que é preciso uma ação "verdadeira e sincera" por parte de Israel.

Na conversa com Kerry, o rei Abdullah II já havia pedido que Israel ponha fim às suas "agressões repetidas" em Jerusalém.

A situação continua muito volátil em Israel e na Cisjordânia. Nesta quinta, jovens palestinos mascarados enfrentaram com pedras soldados israelenses em Jerusalém Oriental. Os militares responderam com gás lacrimogêneo, balas de borracha e bombas de efeito moral.

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Um menino palestino teve de ser internado de urgência, após ser atingido por uma bala de borracha disparada por um policial, no bairro de Esauiya.

Um importante dispositivo policial vigia Jerusalém, em meio à escalada das últimas semanas.

A ira se espalhou pelo restante do país e leva a temer o surgimento de uma Terceira Intifada, como são chamadas as revoltas populares palestinas ocorridas entre 1987 e 1993 e de 2000 a 2005. Milhares de pessoas morreram nesses conflitos.

Na quarta à noite, a polícia prendeu um homem com um facão e uma chave de fenda, na Cisjordânia, perto de uma colônia. Segundo os agentes, o detido disse que estava tentando ir a Jerusalém para atacar um motorista de ônibus.

Na última segunda, dois israelenses morreram apunhalados por palestinos em Tel Aviv, próximo a uma colônia da Cisjordânia.

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