Ministros europeus são barrados por governo paralelo na Líbia

Delegação incluía representantes de Grécia, Itália, Malta e UE

8 jul 2025 - 13h57
(atualizado às 14h09)

Uma missão de ministros da União Europeia foi barrada nesta terça-feira (8) ao desembarcar em Bengasi, no leste da Líbia, e obrigada a voltar para casa.

Ministro Matteo Piantedosi com marechal Khalifa Haftar em março de 2024, em Bengasi
Ministro Matteo Piantedosi com marechal Khalifa Haftar em março de 2024, em Bengasi
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A delegação era formada pelo comissário da UE para Migrações, Magnus Brunner, pelos ministros do Interior da Itália, Matteo Piantedosi, e de Malta, Byron Camilleri, e pelo ministro da Migração da Grécia, Thanos Plevris, países mais afetados pela perene crise migratória no Mar Mediterrâneo.

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Segundo comunicado das autoridades do leste da Líbia citado pela agência AFP, a missão "desrespeitou procedimentos de entrada e estadia de diplomatas estrangeiros". Ao pousar em Bengasi, a delegação foi notificada com a "obrigação de deixar o território líbio", e seus membros foram declarados como "personae non gratae".

Os ministros europeus haviam chegado a partir de um voo proveniente de Trípoli, capital do país e onde tinham encontrado representantes do governo de união nacional reconhecido pela ONU e pela maior parte da comunidade internacional, sob o comando do premiê interino Abdel Hamid Dbeibah.

O leste da Líbia, no entanto, responde a um governo paralelo liderado por Osama Hammad, mas controlado de fato pelo marechal Khalifa Haftar, na esteira de uma guerra entre milícias deflagrada após a queda do ditador Muammar Kadafi, em 2011.

Fontes italianas ouvidas pela ANSA afirmaram que houve uma "incompreensão protocolar" na chegada da missão diplomática da UE a Bengasi, que incluía o ministro do Interior da Itália, Matteo Piantedosi. Segundo esses informantes, o problema "não teve absolutamente nada a ver com a parte italiana da delegação nem com as relações bilaterais" com Roma.

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O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, disse que vai conversar com Piantedosi "o quanto antes" para entender o ocorrido.

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