Medicamento contra alcoolismo pode ajudar no combate à Aids

Segundo estudo, o Dissulfiram estimula o vírus latente no organismo infectado, destruindo assim as células e sem efeitos secundários

17 nov 2015 - 09h11
(atualizado às 09h59)
Foto: Shutterstock

Um medicamento utilizado para tratar o alcoolismo, associado a outras substâncias, poderá contribuir para combater o vírus da Aids em soropositivos, mostra estudo divulgado nesta terça-feira (17) na revista médica The Lancet HIV.

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O medicamento, denominado Dissulfiram (nome da marca), estimula o vírus latente no organismo infectado, destruindo assim as células, bem como o anfitrião, e sem efeitos secundários, dizem os autores.

Atualmente, a terapia antirretroviral pode controlar o vírus, mas não o elimina definitivamente.

O vírus permanece no organismo das pessoas tratadas, de forma inativa. O reservatório onde o vírus permanece é um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento de um tratamento que cure a doença definitivamente. Estimular o vírus latente é uma estratégia promissora para curar o paciente com Aids, mas essa é apenas a primeira etapa para a eliminação, destacou Julian Elliot, diretora de pesquisa clínica nos serviços de doenças infecciosas do Hospital Alfred, em Melbourne, Austrália, e autora do estudo.

“Agora, temos de trabalhar para nos livrarmos das células infectadas”, acrescentou.

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No ensaio clínico, dirigido por Sharon Lewin, do Instituto Doherty, em Melbourne, 30 pessoas que fazem o tratamento antirretroviral tomaram doses de Dissulfiram, que foram sendo aumentadas, ao longo de três dias.

Com a dose mais elevada, estimularam o vírus adormecido, sem efeitos secundários para os pacientes. “O teste demonstra que o Dissulfiram não é tóxico, é seguro e poderá, muito provavelmente, ser o único que muda tudo”, afirmou, em comunicado, Sharon Lewin.

O próximo passo é testar a droga com o próprio vírus como alvo, acrescentaram os pesquisadores.

Mais de 34 milhões de pessoas morreram devido a problemas de saúde relacionados com a Aids, segundo a Organização Mundial da Saúde.

No fim do ano passado, havia cerca de 36,9 milhões de pessoas contaminadas com o vírus.

Agência Brasil
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