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Polícia da Califórnia intervém para desmantelar acampamento de protesto pró-palestino na UCLA

2 mai 2024 - 08h15

Centenas de policiais invadiram uma praça central da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, na madrugada de quinta-feira, em uma ação para dispersar um acampamento de protesto pró-palestino atacado na noite anterior por apoiadores pró-Israel.

A repressão policial antes do amanhecer na UCLA marcou o mais recente ato nas crescentes tensões nos campi universitários dos Estados Unidos, onde protestos contra a condução da guerra em Gaza por Israel levaram a confrontos entre estudantes e a polícia e entre os próprios alunos.

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Por volta do pôr do Sol de quarta-feira, policiais com equipamento tático começaram a entrar no campus da UCLA, adjacente a um complexo de barracas ocupado por multidões de manifestantes, conforme mostraram as imagens ao vivo do local.

A emissora de televisão local KABC-TV estimou que de 300 a 500 pessoas estavam dentro do acampamento, enquanto cerca de 2.000 outras se reuniram do lado de fora das barricadas em apoio.

Mas a polícia reunida permaneceu na periferia das barracas por horas antes de finalmente começar a forçar a entrada no acampamento por volta das 3h15 (7h15 em Brasília) para prender os ocupantes que se recusaram a sair. A invasão foi liderada por policiais da Patrulha Rodoviária da Califórnia portando escudos e cassetetes.

Os manifestantes, alguns carregando escudos improvisados e guarda-chuvas, tentaram bloquear o avanço dos policiais com seu grande número de pessoas, enquanto gritavam "empurrem-nos para trás" e acendiam luzes brilhantes aos olhos da polícia.

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Alguns manifestantes foram vistos usando capacetes, óculos de proteção e máscaras respiratórias em antecipação ao cerco, um dia depois que a universidade declarou o acampamento ilegal.

Centenas de outros ativistas pró-palestinos que se reuniram do lado de fora da acampamento zombaram da polícia com gritos de "vergonha de vocês", alguns tocando tambores e agitando bandeiras palestinas, enquanto os policiais marchavam para o terreno do campus. Muitos usavam os tradicionais lenços palestinos chamados keffiyehs.

Um grupo bem menor de manifestantes agitando bandeiras israelenses pediu à polícia que fechasse o acampamento, gritando: "Ei, ei, ho-ho, a ocupação tem que acabar".

Antes de entrar no local, a polícia pediu aos manifestantes, por meio de repetidos anúncios em alto-falantes, que desocupassem a zona de protesto, que ocupava uma praça do tamanho de um campo de futebol entre o auditório Royce Hall, com duas torres, e a biblioteca principal da universidade.

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CONFRONTO

A UCLA cancelou as aulas do dia após um violento confronto entre os ocupantes do acampamento e um grupo de contra-manifestantes mascarados que fizeram um ataque surpresa na noite de terça-feira.

Os ocupantes do acampamento de protesto ao ar livre, montado na semana passada, haviam permanecido pacíficos antes do confronto, no qual os dois lados trocaram golpes e borrifaram spray de pimenta um no outro.

Membros do grupo pró-palestino disseram que fogos de artifício foram atirados contra eles e que foram agredidos com bastões e paus. As autoridades da universidade culparam "instigadores" pelos distúrbios e prometeram uma investigação.

O confronto durou duas ou três horas no início da manhã de quarta-feira, antes que a polícia restabelecesse a ordem. Mais tarde, um porta-voz do governador da Califórnia, Gavin Newsom, criticou como "inaceitável" a "resposta limitada e atrasada da polícia do campus" aos distúrbios.

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As autoridades da UCLA disseram que o campus, que tem quase 52.000 alunos, incluindo estudantes de graduação e pós-graduação, permaneceria fechado, exceto para operações limitadas na quinta e sexta-feira.

A ação policial de quarta-feira à noite ocorreu um dia depois que a polícia da cidade de Nova York prendeu ativistas pró-palestinos que ocuparam um prédio na Universidade de Columbia e removeram um acampamento do campus da escola da Ivy League.

A polícia prendeu um total de cerca de 300 pessoas na Columbia e na City College of New York, disse o prefeito Eric Adams. Muitos dos detidos foram acusados de invasão de propriedade e de crime de dano.

Os confrontos na UCLA e em Nova York fazem parte da maior manifestação de ativismo estudantil dos EUA desde os protestos e marchas antirracismo de 2020.

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