Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) elogiaram a aprovação do plano de paz do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo Conselho de Segurança da ONU, que prevê a entrada de uma força internacional de estabilização na Faixa de Gaza.
Em nota, o gabinete do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse acreditar que a iniciativa "levará à paz e à prosperidade porque insiste na completa desmilitarização, no desarmamento e na desradicalização" do enclave palestino.
"Isso levará a uma maior integração entre Israel e seus vizinhos. A liderança revolucionária de Trump contribuirá para guiar a região rumo à paz e à prosperidade", acrescentou o comunicado do governo Netanyahu, que já expressou diversas vezes sua oposição intransigente ao nascimento de um futuro Estado palestino.
Já o presidente de Israel, Isaac Herzog, definiu a resolução como um "marco" para a "reabilitação de Gaza". "Este é um momento verdadeiramente incrível na política mundial, que só poderia ter sido criado pelo presidente Trump", salientou.
A ANP também se pronunciou e disse que a resolução da ONU é o "primeiro passo de um longo caminho rumo à paz". No entanto, segundo a ministra das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Varsen Aghabekian, ainda há outras questões pendentes, como a autodeterminação do povo palestino.
O texto proposto pelos EUA obteve 13 votos a favor no principal órgão decisório das Nações Unidas, de um total de 15, e foi aprovado graças às abstenções de China e Rússia, que têm poder de veto e poderiam barrar a iniciativa.
Além de uma força internacional de estabilização em Gaza, a resolução prevê o desarmamento do Hamas e abre caminho para a instituição de um "conselho de paz" presidido pelo próprio Trump e que, segundo ele, "incluirá os líderes mais poderosos e respeitados do mundo".
Esse organismo será responsável por supervisionar a governança em Gaza até 31 de dezembro de 2027, enquanto se aguarda o processo de reforma da ANP.
O texto, no entanto, é criticado por radicais dos dois lados do conflito. O Hamas afirmou que a resolução "não respeita as exigências e os direitos dos palestinos", que seriam contrários a um "mecanismo de administração internacional na Faixa de Gaza".
Já o ministro da Segurança Nacional israelense, Itamar Ben-Gvir, pediu que o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, fosse preso por causa da resolução, bem como o assassinato de dirigentes da Autoridade Palestina.