Israel agiu em Gaza de forma 'desproporcional', diz ONU

Órgão aprovou investigação sobre repressão a palestinos

18 mai 2018 - 18h53
(atualizado às 19h32)

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas classificou como "totalmente desproporcional" o uso da força por parte de Israel em Gaza, onde mais de 100 palestinos foram mortos desde 30 de março.

Protestos na Faixa de Gaza na fronteira com Israel
Protestos na Faixa de Gaza na fronteira com Israel
Foto: EPA / Ansa - Brasil

O órgão da ONU, com sede em Genebra, na Suíça, também aprovou a criação de uma comissão para investigar a "deterioração dos direitos humanos" na Faixa de Gaza e em outros territórios ocupados.

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A votação no conselho, realizada nesta sexta-feira, ocorre após as manifestações palestinas das últimas semanas, que levaram à morte de 60 pessoas somente na segunda-feira (14), dia da abertura da Embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.

Nos dias sucessivos, a Autoridade Nacional Palestina e os Emirados Árabes Unidos pediram ao Conselho para os Direitos Humanos da ONU uma reunião, apoiada por outros 26 países.

A sessão foi encerrada com a resolução que deu aval a uma comissão de investigação "internacional e independente", por 20 votos a favor, dois contra e 14 abstenções. Somente EUA e Austrália recusaram a medida.

"A situação dos direitos humanos nos territórios palestinos ocupados segue se deteriorando", afirmou o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid bin Ra'ad.

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Ele também convidou Israel "a atuar de acordo com suas obrigações internacionais" e "colocar fim na ocupação para que a violência e a insegurança desapareçam".

A embaixadora de Israel na ONU, Aviva Raz Shechter, por sua vez, falou de uma "resolução vergonhosa" e alegou que o conselho alcançou "seu ponto mais baixo de credibilidade".

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também respondeu, dizendo que "o único objetivo" da entidade é "atacá-los e apoiar o terrorismo". Netanyahu ainda falou sobre "uma organização hipócrita e deplorável".

"Está claro que a tentativa do Conselho não é investigar a verdade, mas violar o direito de autodefesa de Israel e denegrir o Estado judeu", denunciou o Ministério de Relações Exteriores israelense.

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Já na sede da ONU, em Nova York, o Kuwait apresentou um projeto de resolução no Conselho de Segurança para pedir uma condenação pelo uso da força, iniciativa que deve ser barrada pelos Estados Unidos.

As tensões estão nos níveis máximos na região por conta das diversas manifestações em Gaza, agora mais contidas devido às altas temperaturas e ao mês do Ramadã.

Islâmicos

Em uma reunião em Istambul, os representantes dos 57 países da Organização para a Cooperação Islâmica pediram o envio de uma "força internacional" para proteger os palestinos. Além disso, condenaram os "atos criminosos das forças de Israel".

A cúpula foi pedida pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que participou de uma manifestação pró-Palestina, também em Istambul.

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"A única coisa que um opressor entende sem escrúpulos é a força", ameaçou o mandatário.

  
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