Ex-presidente do Peru Alejandro Toledo é preso nos EUA

Político é acusado de receber propinas da brasileira Odebrecht

17 jul 2019 - 10h24
(atualizado às 11h21)

O ex-presidente do Peru Alejandro Toledo (2001-2006) foi detido nos Estados Unidos na manhã da última terça-feira (16), informou o Ministério Público do Peru, afirmando que contou com o intermédio da Unidade de Cooperação Judicial Internacional. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos atende uma solicitação para que o peruano seja extraditado ao seu país de origem, onde é acusado de supostamente receber subornos milionários da construtora brasileira Odebrecht. Hoje, Toledo se apresenta na Corte da Califórnia e, de acordo com as autoridades, deve ficar sob custódia até a próxima sexta-feira (19), quando será ouvido novamente. A prisão preventiva tem como objetivo impedir uma possível fuga do ex-presidente.

Ex-presidente do Peru Alejandro Toledo é preso nos EUA
Ex-presidente do Peru Alejandro Toledo é preso nos EUA
Foto: EPA / Ansa - Brasil

    "Conforme relatado, o ex-mandatário está em sua primeira aparição diante das autoridades judiciais norte-americanas, como parte do processo que visava alcançar seu retorno ao país", diz uma publicação no Twitter do MP peruano.

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    Há 18 meses, Toledo tem contra si um mandado de prisão preventiva emitido no âmbito da Operação Lava Jato no Peru. Ele é acusado de receber propina de US$20 milhões para garantir que a Odebrecht construísse a Rodovia Interoceânica durante seu mandato. Além disso, o ex-chefe de Estado foi denunciado pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e conluio. Toledo, no entanto, nega todas as acusações. Segundo disse seu advogado de defesa no Peru, Heriberto Benítez, à Rádio RPP, sua detenção não é uma indicação de que será extraditado. "Isso acontece no contexto de qualquer processo regular. Poderia ser uma apreensão ou outro procedimento".

    Benítez ainda afirmou que as ações "mostram que tem havido perseguição política, que há uma violação de seus direitos e que a declaração de [Josef] Maiman foi feita sob coação".

    No final de junho, na Embaixada do Peru em Israel, Josef Maiman, amigo pessoal de Toledo, admitiu que a Odebrecht não depositou apenas US$20 milhões, mas US$35 milhões de propina nas contas do ex-presidente.

  
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