Evo 'errou' ao buscar 4º mandato, diz Lula

Ex-presidente, no entanto, denunciou golpe de Estado na Bolívia

22 nov 2019 - 14h32
(atualizado às 15h18)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Evo Morales "errou" ao tentar buscar um quarto mandato na Bolívia, mas acrescentou que o líder socialista foi vítima de um "golpe de Estado".

Lula e Evo Morales, em foto de arquivo
Lula e Evo Morales, em foto de arquivo
Foto: Ansa / Ansa - Brasil

As declarações foram dadas em entrevista ao jornal britânico The Guardian, em meio à crise que levou à renúncia de Evo no início do mês. "Meu amigo Evo cometeu um erro quando buscou um quarto mandato como presidente. Mas o que fizeram com ele foi um crime. Foi um golpe de Estado, e isso é terrível para a América Latina", afirmou Lula.

Publicidade

O ex-presidente da Bolívia renunciou após a Organização dos Estados Americanos (OEA) ter detectado fraudes nas eleições de 20 de outubro, quando ele tentava seu quarto mandato seguido, após uma série de manobras para reverter o limite de dois períodos estabelecido pela Constituição.

Evo ainda tentou convocar um novo pleito, mas não resistiu às pressões das Forças Armadas e da Polícia. A então segunda vice-presidente do Senado, Jeanine Áñez, se aproveitou do vácuo de poder na linha sucessória e se autoproclamou chefe de Estado interina.

O ministro do Governo da Bolívia, Arturo Murillo, ainda apresentou nesta sexta (22) uma denúncia contra Evo por "rebelião e terrorismo". A gestão Áñez divulgara um vídeo no qual uma voz atribuída ao ex-presidente ordena o bloqueio de estradas para prejudicar o fornecimento de comida à população.

A autoria do áudio não foi confirmada de forma independente.

Publicidade

Prisões

Em meio às negociações para a convocação de novas eleições, a polícia prendeu nesta quinta-feira (21) Gerardo García, vice-presidente do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Evo.

Ele foi detido enquanto viajava em um carro no centro de La Paz e levava computadores e equipamentos biométricos. Em breve declaração à imprensa, García explicou que carregava os itens para a sede do MAS em La Paz.

  
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações