Louvre em crise: greve é mantida por unanimidade e visitantes têm acesso limitado

Os funcionários do Louvre decidiram, por unanimidade, em assembleia geral realizada na manhã desta quarta-feira (17), manter a greve que já havia fechado o museu na segunda-feira (15). Apesar da paralisação, o Louvre abriu parcialmente para turistas e visitantes.

17 dez 2025 - 09h06
(atualizado às 09h15)

"Nem todos os espaços estão acessíveis, mas o museu está aberto e os primeiros visitantes já estão entrando", anunciou a empresa que administra o Louvre. Pouco antes, cerca de 300 funcionários que paralisaram suas atividades em protesto contra falta de pessoal e deterioração do prédio haviam aprovado a manutenção da greve nesta quarta, após a paralisação iniciada na segunda-feira. O museu não abriu as portas nesta terça, dia do fechamento semanal.

Na segunda, uma reunião intersindical de crise foi realizada com os sindicatos no Ministério da Cultura para tentar responder às reivindicações dos funcionários. Os problemas enfrentados pela instituição ficaram mais evidentes desde o roubo ocorrido em 19 de outubro, em plena luz do dia. Durante a ação, joias avaliadas em € 88 milhões (mais de R$ 560 milhões) foram furtadas.

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As organizações sindicais apresentaram aos funcionários uma série de propostas formuladas pelo Ministério da Cultura, mas alguns pontos continuam sem solução, declarou à imprensa Élise Muller, representante do sindicato SUD-Culture. "A direção do Louvre não traz nenhuma resposta para os problemas, e por isso os funcionários decidiram, por unanimidade, manter o aviso de greve e a mobilização hoje, à espera de medidas que estejam à altura das nossas expectativas", afirmou.

Valérie Baud, representante do sindicato CFDT (Confederação Francesa Democrática do Trabalho), alertou para os riscos de reabrir o museu em más condições, quase dois meses após o roubo. "Não podemos permitir que a direção do Louvre coloque em risco a segurança do estabelecimento", afirmou.

Os sindicatos afirmam que os funcionários do Louvre não conseguem cumprir suas "missões de serviço público" e lamentam as falhas técnicas e a deterioração do museu. Entre as reivindicações estão a contratação de mais funcionários permanentes, especialmente nos serviços de segurança e recepção de visitantes. A diretora do estabelecimento, Laurence des Cars, será ouvida mais uma vez pelo Senado no fim do dia.

Turistas prejudicados

Do lado de fora, diante da pirâmide, um painel informava aos visitantes que encontraram as portas fechadas que "a abertura do museu está atualmente atrasada" e que a instituição comunicaria "as condições de uma eventual abertura assim que possível". Em seguida, o Louvre anunciou que reabria suas portas aos visitantes com acesso limitado ao "circuito das obras-primas", que inclui a Mona Lisa, a Vênus de Milo e a Vitória de Samotrácia.

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Às 9h de Paris, antes do resultado da votação, os visitantes do dia estavam divididos. "Esperamos que o museu abra, já que voltamos amanhã para o Japão. É agora ou nunca para visitá-lo", disse Chika Nishi, 29, estudante de direito, a jornalistas da AFP.

"Não estou com raiva porque respeito os trabalhadores e eles precisam defender seus direitos. Se o museu não abrir hoje, não sei se conseguiremos ir outro dia da semana, pois tudo está lotado", declarou Maximilian Cimander, 23, estudante alemão em visita à capital francesa. O Louvre recebe cerca de 30 mil visitantes por dia e, em 2024, recebeu quase 9 milhões de visitantes, 80% dos quais estrangeiros.

Com AFP

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