Tropas da OTAN desfilam em Moscou para lembrar 2ª Guerra

9 mai 2010 - 05h50
(atualizado às 21h34)

O tradicional desfile militar que comemora o aniversário de 65 anos da vitória sobre a Alemanha Nazista na 2ª Guerra Mundial foi realizado neste domingo na Praça Vermelha de Moscou, com a presença de tropas de países membros da Organização Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Estados Unidos, do Reino Unido, da França e da Polônia mandaram tropas e orquestras ao desfile pela primeira vez na história.

Entre os líderes estrangeiros presentes estavam a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente israelense, Shimon Peres, e o dirigente chinês, Hu Jintao. O tradicional desfile militar foi aberto com pronunciamentos do presidente russo Dimitri Medvedev e teve exibições de 10,5 mil soldados, russos e cerca de mil representando, além dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), outros Estados da antiga União Soviética.

Publicidade

As orquestras militares de Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia fecharam a cerimônia. Participaram três mil veteranos, cerca de 200 procedentes de outros 24 países.

Reação dos comunistas

A decisão de permitir a participação estrangeira na Parada da Vitória preocupou algumas entidades de veteranos de guerra e membros do Partido Comunista Russo. De acordo com Oleg Kulikov, em entrevista ao site Pravda, a participação de militares da ativa de países da OTAN é "estranha". "A nova Doutrina Militar da Federação da Rússia, aprovada em fevereiro deste ano, considera a política do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) entre as principais ameaças externas militares", afirmou Kulikov, que também reclamou de uma possível ausência de veteranos de guerra da Bielorrússia na parada.

No final de abril, o Partido Comunista fez duras críticas à medida. "As tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que bombardearam o Iraque e a antiga Iugoslávia não têm direito moral de pisar na Praça Vermelha", disse à agência EFE uma porta-voz do Partido Comunista da Rússia.

Os comunistas russos consideram que a presença de tropas aliadas na Praça Vermelha "é uma injustiça e um insulto para os veteranos russos que combateram os alemães na Grande Guerra Patriótica", como a União Soviética chamava a 2ª Guerra Mundial.

O desfile

Depois que o ministro da Defesa, Anatoli Serdiukov, passou revista às tropas, e o presidente, Dmitri Medvedev, pronunciou seu discurso, o hino russo foi entoado, acompanhado de salvas. Circularam sobre a Praça Vermelha 159 veículos militares, entre carros de combate, blindados, peças de artilharia autopropulsadas, sistemas antiaéreos e plataformas com mísseis.

Abriram passagem nove tanques T-34 e foguetes tático-operacionais Iskander-M, sistemas de defesa aérea com mísseis S-300 e S-400, plataformas de lançamento múltiplas de foguetes Smerch e plataformas móveis com mísseis balísticos intercontinentais Topol-M, a arma considerada a mais temível do arsenal russo.

  
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações