Como resposta à decisão do Reino Unido de expulsar 23 diplomatas russos do país nesta semana, a Rússia decidiu expulsar a mesma quantidade de diplomatas britânicos de Moscou.
A tensão entre os dois países se deu após o envenenamento de um ex-espião russo e sua filha que vivem no Reino Unido. A premiê Theresa May acusa o governo de Vladmir Putin de participação no episódio. A Rússia nega.
Segundo o Ministério e Relaçõe Exteriores da Rússia, os diplomatas da Embaixada britânica no país devem ser expulsos em uma semana, mesmo prazo que foi dado aos diplomatas russos no Reino Unido. A pasta também informou que fechará o British Council (conselho britânico) na Rússia, instituição que promove laços culturais entre a nações, e o Consulado britânico em São Petesburgo.
O Ministério de Relações Exteriores britânico afirmou, em nota, que havia "antecipado uma resposta do tipo" da Rússia e que o Conselho Nacional de Segurança irá se reunir no começo da semana para deliberar sobre os próximos passos a serem tomados.
O ex-espião russo Sergei Skripal, 66, e sua filha Yulia Skripal, 33, pemanecem internados em estado grave após terem sido encontrados inconscientes em um banco em Salisbury, cidade no sul da Inglaterra onde viviam havia oito anos.
O governo britânico diz que eles foram envenenados com um gás neurotóxico desenvolvido pela Rússia chamado Novichok. A primeira-ministra Theresa May disse acreditar que Moscou era "culpado".
A decisão deste sábado, 17, acontece às vésperas de eleições na Rússia, neste domingo. Segundo previsões eleitorais, Putin deverá ser reeleito para a Presidência.
O Ministério de Relações Exteriores russo disse que, com a decisão deste sábado, estava respondendo aos "atos provocativos" do Reino Unido e "acusações infundadas" de que a Rússia estaria por trá do envenenamento.
O embaixador britânico na Rússia, Laurie Bristow, foi chamado ao Ministério das Relações Exteriores para receber as respostas da Rússia às sanções do Reino Unido. Depois da reunião, Bristow afirmou que o Reino Unido não tinha "brigas com o povo russo" e que "sempre fará o que for necessário para nos defender".
O chanceler britânico Boris Johnson disse na sexta que era "extremamente provável" que Putin tivesse ordenado, pessoalmente, o envenenamento. Em resposta, o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov disse que as acusações eram "chocantes e imperdoáveis".