Covid-19: metade da Europa será infectada com variante ômicron nas próximas semanas, diz OMS

Hans Kluge, diretor regional da OMS, afirmou que uma onda de infecções pela variante ômicron 'está varrendo a Europa.'

11 jan 2022 - 19h18
Para OMS, variante vai se espalhar ainda mais pela Europa
Para OMS, variante vai se espalhar ainda mais pela Europa
Foto: Europa Press News/Getty Images / BBC News Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que metade da Europa será infectada com a variante ômicron do coronavírus dentro de seis a oito semanas.

Hans Kluge, diretor regional da OMS na Europa, disse que uma "onda do oeste para o leste" da ômicron estava varrendo a região, além da onda da variante delta já presente no continente.

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A projeção foi baseada nos 7 milhões de novos casos relatados em toda a Europa na primeira semana de 2022.

O número de infecções mais do que dobrou em um período de duas semanas.

"Hoje a variante ômicron representa uma nova onda do oeste para leste (da Europa), varrendo a região no auge da onda da (variante) delta que todos os países estavam gerenciando até o final de 2021", disse Kluge, em entrevista coletiva.

Ele citou dados do Institute for Health Metrics and Evaluation (Instituto de Métricas e Avaliações), com sede em Seattle, como previsão de que "mais de 50% da população da Europa será infectada pela ômicron nas próximas seis a oito semanas".

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Kluge disse que os países europeus e da Ásia Central permanecem sob "intensa pressão" à medida que o vírus se espalha dos países ocidentais para os Bálcãs.

"A forma como cada país responde agora deve ser baseada em a sua situação epidemiológica, recursos disponíveis, status de vacinação e contexto socioeconômico", acrescentou.

Estudos recentes sugerem que o ômicron tem menos chance de deixar as pessoas gravemente doentes do que as variantes anteriores da covid-19. Mas essa versão do vírus é altamente contagiosa e pode infectar pessoas já totalmente vacinadas.

O número recorde de infecções - 3,2 milhões de pessoas nas últimas 24 horas - deixou os sistemas de saúde sob forte pressão.

Na segunda-feira, o Reino Unido registrou mais 142.224 casos confirmados da infecção e 77 mortes. Vários hospitais declararam "situação crítica" devido à ausências de funcionários e à lotação de pacientes de covid-19.

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Em outros lugares, o número de hospitais em colapso também está aumentando. O ministro da Saúde da França, Olivier Veran, alertou na semana passada que janeiro seria difícil para os hospitais.

Ele acrescentou que os pacientes infectados pela ômicron estavam ocupando leitos "convencionais" em hospitais, enquanto outros infectados pela variante delta lotavam os departamentos de UTI.

Na Europa Oriental, a Polônia informou que 100 mil pessoas morreram do vírus no país desde o início da pandemia. A Polônia agora tem a sexta maior taxa de mortalidade do mundo, e quase 40% de sua população permanece não vacinada.

Na Rússia, a principal autoridade de saúde, Anna Popova, disse em uma reunião da agência estatal de combate ao coronavírus que, sem ações para controlar a propagação da variante, o número diário de novos casos de covid pode chegar a 100 mil.

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Segundo a agência de notícias Reuters, a taxa diária de infecção havia diminuído recentemente - o pico, de 41.335 casos diários, foi registrado no início de novembro.

Popova disse que 305 casos conhecidos da variante ômicron foram detectados até agora em 13 regiões do país. A Rússia registrou pelo menos 311.281 mortes e 10,5 milhões de casos de covid-19 até o momento.

Na segunda-feira, a empresa farmacêutica Pfizer disse que pode lançar uma versão de sua vacina que oferece proteção especial contra a variante ômicron, a ser disponibilizada em março. Especialistas em saúde dizem que ainda não está claro se isso é necessário.

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