Disparam deserções de médicos cubanos na Venezuela

13 nov 2014 - 14h54

O número de médicos cubanos que abandonaram seu trabalho na Venezuela e viajaram para os Estados Unidos duplicou nos últimos 12 meses, atingindo mais de 700, devido à crise econômica e à insegurança no país sul-americano, revela nesta quarta-feira a ONG americana Solidariedade Sem Fronteiras (SSF).

Entre setembro de 2013 e o mesmo mês de 2014, cerca de 1.100 médicos enviados por Havana para trabalhar em distintos países do mundo desertaram, sendo mais de 700 na Venezuela, disse Julio César Alfonso, presidente da SSF.

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Até 2013, a média anual de deserções na Venezuela - onde atuam cerca de 30 mil médicos cubanos em programas sociais do governo - era de 300, segundo o presidente da SSF, sediada em Miami.

Alfonso destacou que as principais causas de deserções na Venezuela, de acordo com os próprios médicos cubanos que chegam aos Estados Unidos, são a crise econômica e a falta de segurança no país, onde morreram quase 70 médicos cubanos nos últimos anos.

"A situação é, de fato, muito difícil para eles. Trabalham até altas horas da noite e ganham muito pouco, porque o governo cubano lhes paga cerca de 10% do que recebe dos governos" dos países beneficiados.

"Eles também são enviados para lugares ruins, onde não há segurança, onde nenhum médico quer ir, e não apenas na Venezuela, isto é um padrão em todas as partes do mundo".

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Desde 2006, os Estados Unidos mantêm um programa que aceita no país os médicos cubanos enviados para trabalhar no exterior e até o momento, já recebeu 8 mil destes profissionais, destaca a SSF.

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