Betancourt diz que Clara Rojas planejou gravidez no cativeiro

19 set 2010 - 16h56
(atualizado às 17h48)

Em seu livro Não Há Silêncio Que Não Termine - Meus Anos de Cativeiro na Selva Colombiana, a ex-presidenciável colombiana Ingrid Betancourt, refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia por mais de seis anos, relata que sua companheira de cativeiro Clara Rojas planejou a gravidez durante o sequestro.

O jornal El Tiempo publicou neste domingo uma resenha com alguns trechos do livro de Betancourt, que será lançado nesta terça-feira em 14 países e em seis idiomas, no qual narra os mais de seis anos em que foi mantida refém das Farc na selva colombiana.

Betancourt e Rojas, que formavam chapa para as eleições presidenciais de 2002, foram sequestradas pelas Farc em 23 de fevereiro daquele ano numa selvática região do sul da Colômbia.

Desde então, a amizade entre as duas foi se deteriorando rapidamente. A ex-candidata à presidência narra em seu livro que, com o tempo, tinha se dado conta que Rojas havia perdido o interesse de fugir.

Segundo esta lhe explicou, "já não queria escapar porque queria ter filhos e o esforço da fuga podia perturbar sua capacidade para conceber (um filho)", diz Betancourt, segundo El Tiempo.

De acordo com a ex-presidenciável, durante uma visita do guerrilheiro Joaquín Gómez ao acampamento onde estavam as duas reféns, ele contou a ela que tinha recebido um pedido "incomum" de Rojas exigindo "seus direitos como mulher". "Fala de seu relógio biológico e diz que não lhe resta muito tempo para se tornar mãe", disse.

Betancourt narra que tentou dissuadir sua companheira de sequestro, fazenda-o ver "o que seria a vida de um bebê recém-nascido em tamanhas condições de precariedade, e sem saber se as Farc libertariam a criança".

No entanto, Rojas ficou grávida de um guerrilheiro, teve seu filho durante alguns meses na selva, mas depois o perdeu para que ele fosse entregue a uma família de camponeses no departamento colombiano de Guaviare (sul).

O garoto, chamado Emmanuel, permaneceu desaparecido por um longo tempo, até que os serviços de previdência social do Estado descobriram que uma família estava com ele.

  
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