O governo de Israel lamentou nesta sexta-feira a morte do ex-dirigente sul-africano Nelson Mandela, que foi descrito pelo presidente israelense, Shimon Peres, como "um grande líder que mudou o curso da história".
"O mundo perdeu um grande líder que mudou o curso da história. Em nome de todos os israelenses estamos de luto com todas as nações do mundo e o povo da África do Sul, que perdeu um líder excepcional", disse o político israelense em comunicado divulgado durante a madrugada.
Após vários meses doente por uma infecção pulmonar, o ex-presidente da África do Sul morreu ontem aos 95 anos de idade em sua casa de Johanesburgo. Durante muitos anos, o governo israelense manteve laços econômicos e relações estratégicas com o regime do apartheid. Apenas em 1987, quando se encontrava como único país desenvolvido ainda a apoiar a minoria branca, Israel denunciou o apartheid.
Peres, que se reuniu com Mandela em várias ocasiões, acrescentou que ele foi um "defensor dos direitos humanos e deixou uma marca indelével no combate ao racismo e à discriminação". "Foi um defensor apaixonado da democracia, um respeitado mediador, prêmio Nobel da Paz e, acima de tudo, um construtor de pontes e de diálogo que pagou um alto preço pessoal por sua luta", afirmou Peres ao oferecer suas condolências ao povo sul-africano.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também lamentou a morte do líder sul-africano e o descreveu como "uma das grandes figuras do nosso tempo". "Foi o pai de seu país, um homem de visão e um defensor da liberdade que rejeitava a violência", afirmou Netanyahu em seu comunicado.
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Líder que perseguiu um ideal de igualdade moldado na juventude que resistiu aos longos de anos na cadeia e o levou à presidência da África do Sul, Nelson Mandela deixa um legado não apenas político, mas também humano. Confira a seguir as sete lições ensinadas por Madiba elencadas pela rede CNN.
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Coragem é o triunfo sobre o medo. Mandela enfrentou a opressão e o menosprezo para suvberter e eliminar o eixo central de uma sociedade racista.
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Progresso é resultado de muito trabalho. Mandela batalhou durante toda vida e passou 27 anos preso.
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Tenha orgulho de suas convicções. A persistência de Mandela foi mais forte que a opressão do apartheid e o levou à presidência da África do Sul.
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Continue rindo. Apesar da vida repleta de lutas e percalços, o líder manteve e carregou para o mundo o bom humor e uma atitude de leveza pacífica.
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Tenha fé na justiça. A trajetória da sua vida mostra que, à parte a injustiça reinante em alguns momentos, a justiça pode ser obtida após muita luta e esforço.
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Tenha compaixão por todas as pessoas. Revertendo o passado segregacionista, uma das marcas da África do Sul pós-apartheid é a busca de uma nação inclusiva, compreensiva e acolhedora.
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Seja humilde. Sob a busca da igualdade e da justiça repousa o entendimento que o homem é um ser social que precisa aprender a se desenvolver e exercer sua individualidade respeitando os outros e se colocando aberto a ideias distintas numa convivência harmoniosa.
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Fuzileiros navais sul-africanos fazem o controle da movimentação de negros em Nyanga, em 2 de abril de 1960
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Militantes anti-apartheid participam de funeral de Steve Biko, em King William's Town, em 3 de outubro de 1977. Biko era o fundador do Movimento de Consciência Negra e morreu na prisão vítima de violência policial
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Manifestantes correm da polícia durante conflitos raciais na Cidade do Cabo, em outubro de 1976
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Oito homens, incluindo Nelson Mandela, são levados após serem condenados à prisão prisão perpétua em Pretória, em 16 de junho de 1964
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Feridos aguardam por atendimento deitados na rua após confronto entre a polícia e manifestantes negros em Sharpeville, em 21 de março de 1960. O confronto deixou 69 mortos e 180 feridos, a maioria mulheres e crianças
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Hospital exclusivo para negros em Jonahesburgo, fevereiro de 1963
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Favela em área reservada aos negros em Johanesburgo nos anos 1960
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Estudantes participam de aula na escola exclusiva para negros em Soweto, em 11 de maio de 1977
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Menino sul-africano celebra após carro de suposto informante da polícia ser queimado durante protesto contra o apartheid em Duduza, em 10 de julho de 1985
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Manifestante celebra libertação de Mandela com jornal que traz a notícia em sua capa, em Soweto, em 11 de fevereiro de 1990
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Moradores de Soweto participam de comício celebratório pela libertação de Nelson Mandela, em 12 de fevereiro de 1990
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Nelson Mandela (centro) e a então mulher Winnie celebram após ele deixar a prisão de Victor Verster em 11 de fevereiro de 1990
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Milhares de conservadores e supremacistas brancos participam de marcha em defesa do apartheid e contra a libertação de Mandela em 15 de fevereiro de 1990, em Pretória
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O então presidente sul-africano Frederik De Klerk (esq.) cumprimenta Mandela após o início das negociações entre o governo e o partido Congresso Nacional Africano para o fim do regime de apartheid, em 4 de maio de 1990, na Cidade do Cabo
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