A pedido do Vaticano, Igreja do EUA adia ações contra abusos

Papa fará conferência sobre luta contra pedofilia em fevereiro

13 nov 2018 - 15h17

O Vaticano bloqueou a votação de uma série de medidas contra a pedofilia que aconteceria na última segunda-feira (12), durante assembleia da Conferência Episcopal dos Estados Unidos.

Cardeal Daniel DiNardo expressou descontentamento com decisão do Vaticano
Cardeal Daniel DiNardo expressou descontentamento com decisão do Vaticano
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A intervenção provocou descontentamento no episcopado norte-americano, sentimento verbalizado pelo presidente da entidade, cardeal Daniel DiNardo. "Nós acatamos com desapontamento esse evento particular que teve lugar nesta manhã", declarou o sacerdote durante uma coletiva de imprensa na segunda-feira.

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"Estamos trabalhando muito bem para passar à ação e faremos isso. Tivemos apenas um percalço no caminho", acrescentou. A Conferência Episcopal esperava aprovar novas medidas de combate à pedofilia no clero, inclusive a criação de um código de conduta, mas a votação foi adiada a pedido do Vaticano.

A Santa Sé argumentou que é melhor esperar a reunião do papa Francisco com todas as conferências episcopais do mundo sobre a questão dos abusos, marcada para 21 a 24 de fevereiro de 2019. Não se sabe se o pedido de adiamento partiu do próprio Pontífice.

DiNardo cogita que o motivo seja a necessidade de modificar o direito canônico para permitir algumas das medidas estudadas pelo clero norte-americano. A Igreja dos Estados Unidos é uma das mais abaladas pelos escândalos de pedofilia no clero, e 13 procuradores estaduais já abriram investigações sobre supostos casos de abuso.

Além disso, em agosto passado a Justiça da Pensilvânia divulgou um relatório que afirma que cerca de 300 religiosos abusaram de mais de mil vítimas no estado em um período de 70 anos.

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