1,5 mil partem para se juntar a caravana rumo aos EUA

Grupo já tem cerca de sete mil pessoas

24 out 2018 - 15h09
(atualizado às 15h23)

Uma segunda caravana com mais de 1,5 mil migrantes partiu de Honduras e chegou à Guatemala nesta terça-feira (23), para se juntar à marcha que partiu no último dia 13 rumo aos Estados Unidos.

Grupo partiu de Honduras no último dia 13.
Grupo partiu de Honduras no último dia 13.
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A caravana se encontra atualmente na cidade de Huixtla no México, a 1,6 mil quilômetros dos Estados Unidos, e planeja se dirigir a Escuintla, no sudeste do país. Dalí, o grupo terá de caminhar 20 quilômetros para chegar à cidade de Oaxaca, no estado mexicano de Chiapas, já sentindo os efeitos do cansaço e dos ferimentos causados pela longa viagem.

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O deslocamento em grupo é uma estratégia dos migrantes para fugir da ação dos chamados "coiotes", traficantes de pessoas que cobram até oito mil dólares para assessorar migrantes na travessia da fronteira. Nesta terça-feira (23), o presidente norte-americano, Donald Trump, reuniu-se com o secretário de Defesa, James Mattis e com John Dunford, chefe do Estado-Maior Conjunto, para discutir possíveis soluções para o caso. Pelo Twitter, Trump declarou: "Não entrarão!", referindo-se ao grupo de migrantes.

Além de mandar mensagens pela internet, o magnata republicano ameaçou suspender ajudas internacionais a Guatemala, El Salvador e México (países pelos quais a caravana passou), caso não consigam parar a marcha. Ele ainda afirma que há criminosos do Oriente Médio infiltrados no grupo e culpa os deputados democratas pela situação, já que não aprovaram propostas de endurecimento das leis norte-americanas de imigração.

Nesta noite, alguns migrantes dormiram nas ruas, outros em albergues improvisados na cidade de Huixtla, antes de seguirem viagem ainda durante a madrugada para evitar os horáros de maior calor. "Estamos há nove dias caminhando, mas ainda não nos sentimos cansados. A caravana segue adiante, sempre com o mesmo objetivo: chegar à fronteira norte", diz Edgar, um jovem hondurenho membro do grupo que já reúne sete mil pessoas.

Nesta segunda-feira (22), um funcionário da Anistia Internacional confirmou a morte de um migrante de identidade ainda não confirmada que caiu de um caminhão e causou a paralisação da travessia por um dia nesta terça-feira (23).

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A Igreja Católica da região se mobilizou para doar alimentos, fraldas e medicamentos para os membros do grupo. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnur) vê com preocupação a evolução da situação humanitária da caravana, assim como a segurança dos membros. O grupo pretende chegar ainda neste fim de semana à Cidade do México, onde o chefe de governo local, José Ramón Amieva, prepara uma operação de acolhida. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) manifestou preocupação sobre eventuais abusos e violações dos direitos dos migrantes e pediu ao governo que tome medidas que garantam o respeito às garantias, em especial à de receber asilo. As autoridades mexicanas anunciaram que receberam 1.699 solicitações de asilo na última semana, sobretudo de mulheres, crianças e adolescentes. A maioria dos pedidos veio do distrito de Tapachula, última parada do grupo antes de chegar a Huixtla.

O movimento começou com cerca de mil hondurenhos que saíram da cidade de San Pedro Sula no último dia 13, a pé, para fugir do desemprego e da violência no país . A caravana foi divulgada pelas redes sociais por um ex-deputado e rapidamente ganhou seguidores. Ao longo do caminho, passando pela Guatemala, o grupo ganhou ainda mais adeptos. A região centro-americana tem uma das taxas de homicídios mais altas do mundo.

  
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